sexta-feira, 29 de julho de 2016

Ó Luz Jubilosa

Ó LUZ JUBILOSA
traduzido de 
Christ The Alpha and Omega, Bishop Athanasius Yevtich.




  Ó Luz jubilosa da Santa Glória do Pai Celeste e Imortal,
Santo e Bem-aventurado, Senhor Jesus Cristo!

  Chegados ao pôr-do-sol contemplando a Luz Vespertina, cantamos
 ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo de Deus.

  É justo que em todo tempo, sejas louvado por vozes puras,
Ó Filho de Deus, Doador da vida! Todo universo te glorifica!

            Esse hino de inspiração divina, “Ó Luz Jubilosa” (Φῶς larόn, Svete Tikhy), que nós cantamos todos os dias nas Vésperas[1] e que nossa Igreja canta em todos os ofícios vespertinos, é um hino vespertino sagrado do início da Igreja Cristã do Oriente. São Basílio, o Grande, Arcebispo de Cesárea e de toda a Capadócia (parte central do sudeste da Ásia Menor), chama esse hino a “primeira ação-de-graças vespertina” (pilύcnioς ecariotίa). Ele também cita esse hino dos primeiros cristãos no seu renomado trabalho On the Holy Spirit (capitulo 29), onde ele escreveu sobre a Sagrada Tradição dos primórdios da Igreja Cristã Oriental, que claramente testifica a fé dada por Deus no Divino Espírito Santo. São Basílio menciona que esse mesmo hino era cantado por um dos primeiros mártires por Cristo que eram destas regiões da Capadócia e Síria. Segundo uma tradição antiga, que é mencionada por São Basílio, este hino é atribuído ao Santo Hieromártir Athenogenes, que, com seus discípulos, era martirizado por Cristo durante o reinado de Diocleciano (no começo do quarto século) em 16 de Julho, na cidade armena de Sebaste próxima da Capadócia. São Athenogenes era tido em alta estima na Capadócia, e sua imagem é frequentemente pintada nos ícones nas igrejas capadócias e entalhado em pedra, conforme temos visto. Os sinais do martírio por Cristo, que continuam nos nossos dias, também são evidencias dessas igrejas.

            Eu continuarei a citar São Basílio, que veio dessa região e posteriormente se tornou o arcebispo da viva Igreja de Cristo neste mundo. Em algum lugar ele declarou que ele mesmo não sabia quem é “o pai dessas palavras vespertinas de gratidão” a Deus. Ele passa a mencionar o hino como do bem conhecido mártir, São Athenogenes. Este hino era um hino vespertino tão bom, que São Athenogenes havia cantado para Deus na presença de seus discípulos como uma saída (xitrion) desta vida e deste mundo – “atravessando o fogo em direção ao fim (teleίwsin)”, a saber, indo voluntariamente para o ardente martírio por Cristo, para a perfeição (teleίwsin) em Cristo.

            Em todo caso, quem quer que seja o autor do hino “Ó Luz Jubilosa”, é absolutamente certo que esse é um antigo hino cristão do segundo século – ou, mais recente, do terceiro – na vida da Igreja Ortodoxa Oriental (o papiro Oxyrhynchos 178b cita indiretamente este hino). São Basílio mesmo disse que este hino foi passado para os primeiro cristãos “por nossos pais”, e é conhecido que seus pais e antepassados eram os cristãos mártires na grande perseguição na Capadócia e Pontus. Em relação a mesmo assunto, o Santo Pai Capadócio acrescenta o seguinte: “nossos pais não consideravam sábio esperar essa jubilosa luz vespertina em silencio (tn crin to speriv no fwtός - a agradável natureza e beleza do pôr-do-sol), porém, tão logo quanto aparecia, começavam dando graças a Deus” para a pacífica e jubilosa luz do poente. Durante o tempo de São Basílio o povo cristão da capadócia e todo o Leste cantavam este hino todo anoitecer: “Todo o povo canta nosso antigo tom”, que, eles todos cantavam esse antigo hino juntos para a glória da Luz Jubilosa, ou, mais exatamente, para a glória do Criador da luz: Deus Pai, Cristo o Filho de Deus e Deus o Espírito Santo, como nosso hino declara e como nós veremos mais adiante.

            No seu conteúdo e inspiração, o hino vespertino “Ó Luz Jubilosa” é uma explícita expressão poética do espírito da primeira Cristandade Ortodoxa Oriental. Era cantado para glorificar Deus no anoitecer, no pôr-do-sol, na hora em que uma agradável e jubilosa luz propaga sobre nossa mãe terra conforme o dia caminha para o seu fim e o anoitecer é anunciado, e, seguindo a noite, um novo dia amanhece. Um prazer sereno, uma melancolia, mas, uma experiência da luz igualmente otimista dos primeiros cristãos, do mundo visível e da vida em geral como um grande presente de Deus para nós em Jesus Cristo, o Filho de Deus, é característico desse hino. Nesse hino, o mundo é experenciado como uma magnífica criação de Deus, cheio de luz, através do que a presença e ação de Deus é tangivelmente sentida.  Devemos ressaltar aqui que os primeiros cristãos, e nós, também, seguindo seus passos e junto com eles, experimentamos todo o mundo – e essa luz visível em particular – num caminho diretamente físico, com nossos sentidos, que está ligado à alma assim como ao corpo. Ao mesmo tempo nós experimentamos essa luz analogicamente – ou, para ser mais exato, mistagogicamente – como meio de edificar e guiar o homem desse mundo para o Deus Trinitário, do universo visível para o invisível, o espiritual Reino do Céu.

            Por isso, o início do hino procede da natureza, da luz física do princípio do anoitecer, que mostrou que os primeiros cristãos eram observadores, e que eles observavam a beleza da natureza visível ao redor deles – pois, a natureza, como a humanidade, são obras do Deus Criador. Essa foi uma visão compartilhada pelos Hebreus na Bíblia e era também compartilhada pelos Anciões Gregos[2].

            Os primeiros cristãos experienciavam a natureza como um poema (poίhma) – a criação do Deus Vivo e Verdadeiro (como o Bispo Njegosh afirmou: “Deus é ocupado com uma criativa poesia”). Deste modo, os cristãos tinham sempre visto na natureza, bem como através da natureza, Deus o Criador da natureza, que é o maior Poeta, e por isso eles tinham glorificado-O por todo o esplendor da natureza[3]. Certamente, eles glorificavam Deus pela luz em particular, que tem sido sempre ainda é até hoje um dos mais atrativos mistérios de nosso mundo visível. Apesar de tudo, a natureza é afinal luz. Era visto como tal pelos primeiros cristãos, e depois deles pela hesicástica ortodoxa; e isso é visualizado similarmente pela ciência moderna. Macrofísica e microfísica apontam tudo para a luz e reduzem tudo a luz, da mesma forma que as primeiras palavras da Bíblia dizem: “Deus disse: ‘Haja luz’, e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a luz das trevas”. (Gen. 1:3-4).

            Por isso que, dessas palavras iniciais, nosso hino “Ó Luz Jubilosa” chama atenção, para a luz, que é magnífica, belíssima, e o elemento mais profundo da natureza visível que nos rodeia. Esse hino sagrado em particular enfatiza a gentil e silenciosa luz pôr-do-sol, que sempre deixa um pouco uma impressão mística, e tem mesmo um efeito mistagógico, para indicar seu raio ameno, revela e também dissimula o Outro-mundo e a Nova Aurora.

            Nosso hino, portanto, indubitavelmente tem uma característica cosmológica, e essa característica é bíblica e Ortodoxa. Nessas considerações, a experiência do mundo bíblica e da Igreja no Antigo e Novo Testamento é intimamente relacionada à experiência humana na Antigüidade.

                 Contudo, existe uma diferença fundamental entre os dois no que diz respeito a sua opinião da natureza, que é entre os primeiros Cristãos e a subseqüente geração de verdadeiros Cristãos por um lado, e o povo do período clássico da história e a atual civilização Ocidental do outro. O homem tanto do período clássico como do moderno admira a natureza; contudo, ele freqüentemente a cultua e deifíca, particularmente a luz do sol e das estrelas. Isso é bom, portanto, para familiarizar com o culto pagão do “Sol Invencível” (solus invictus)[4]. Os Cristãos rejeitaram toda forma de “fisiolatria” e idolatria, i.e., o culto da natureza, por eles confessado, reconhecia, e liturgicamente venerava o Deus Vivo e Verdadeiro somente, Que tinha revelado e anunciado o Santo Unigênito Filho de Deus – o Homem-Deus Jesus Cristo (cf. João 1:14,18). Essa rejeição radical dos primeiros Cristãos de todos os outros cultos exceto a adoração do Deus Vivo e Verdadeiro freqüentemente os conduzia para o próprio martírio. Isso, portanto, não preveni os Cristãos da influência natural na alta relação com o trabalho de Deus, e observando e reverenciando tudo na natureza, e a luz em particular, como a compreensão da Providencia Divina, como o lugar da presença e trabalho do Deus Vivo, O Onipresente. Depois disso, esses cristãos consideravam o mundo ser sua casa – a “Casa de Deus” – e como tal eles queriam isso, ou deixar o mundo nas mãos do demônio ou de outro pseudo-deus nessa terra ou debaixo dos céus. Portanto, em vez da “cosmolatria” do período grego e romano clássico ou de tempo mais recentes – i.e., a cósmica ou panteística mística pseudo-religiosa – os primeiros cristãos possuindo uma sadia, cosmologia ortodoxa, uma correta cosmologia porque eles consideravam e o universo inteiro como o trabalho de Deus em Cristo – o Logos e Salvador de todo o cosmos.

            A Bíblia é a fonte inspiradora do hino “Ó Luz Jubilosa”, que contêm elementos bíblicos que são o corpo poético e teológico, tal como os Salmos e os hinos bíblicos proféticos. O hino começa com a visão e a experiência da jubilosa, agradável, silenciosa luz anterior ao nascer do sol, que é um trabalho das mãos do Criador do mundo e da luz. Contudo, não importa quão bonito e agradável que a primeira luz do cair da noite seja, os pensamentos e o coração do início do cristianismo eram levados imediatamente a promover e aprofundar: para a Verdadeira Luz do mundo que é Cristo (cf. João 1:4-9, 8:12). O ponto inicial dos primeiros poetas cristãos era, por isso, o fenômeno natural – quão bela, serena e jubilosa brilha a luz do crepúsculo e do amanhecer! Nisso, eles imediatamente notavam a imagem da realidade divina e da personificação da Verdade Cristã: como Cristo, o Filho de Deus, vem e brilha no mundo como a Jubilosa Luz, como a “Luz jubilosa da santa glória do Pai celeste e imortal, santo e bem-aventurado”.

            O paralelo analógico é evidente em nosso hino: por um lado uma luz serena, jubilosa e natural propaga sobre o horizonte ocidental, que nos mostra a beleza, a glória quase santificada do nascer do sol e evoca sentimentos agradáveis e de gratidão; de outro lado, é presente uma forte nostalgia cristã – ou, mais precisamente, o original, primeiro amor por Cristo, a original escatológica fé e esperança em Cristo, que compõe a plenitude do interior cristão (plhpofpίa poll), i.e., a realização ativa da vívida e manifesta presença e testemunho do Espírito Santo no coração (cf. I Cor. 1:6; Heb. 6:11, 10:22), que conduz de uma beleza inferior e de uma experiência sensual limitada para edificante Realidade. O Espírito Santo leva para uma experiência de infinita Beleza, que tem um conteúdo divino: o encontro com Jesus Cristo, cujo Nome – tão querido pelos primeiros cristãos, que avidamente encontravam a morte por Sua causa (cf. Atos 5:41, 15:26) – é repetido nesse hino em cada das três estrofes.

            Nosso poeta glorifica esse Nome no final da primeira estrofe e retorna em cada estrofe subseqüente, em cada momento com um novo aspecto e um novo conteúdo. Essa alusão a Jesus Cristo, o Filho de Deus, em todas as estrofes demonstra que nosso hino, além do seu aspecto cosmológico, indubitavelmente tem um econômico (i.e., pertencendo a vida familiar) e um aspecto soteriológico também. Isso é porque o hino inclui a salvação providencial de Cristo do mundo e da humanidade em sua glorificação e em suas orações de Deus o Criador. De nenhuma forma renuncia ou revoga a existência do mundo, criado por Deus; ao contrário, indica que é realmente através de Cristo que o mundo é transfigurado, alegrado, e dado seu significado eterno. Nós veremos mais tarde que a experiência soteriológica de nosso poeta é realmente seu ponto de partida em sua percepção do mundo e em sua glorificação a Deus, o Doador da Luz[5].

            Segundo este poeta do inicio do cristianismo, essa natural, jubilosa, vespertina luz simplesmente nos faz lembrar os cristãos de Cristo, o Filho de Deus e Salvador, como a verdade, a eterna e não-criada Luz Jubilosa da sagrada e divina glória do imortal Deus Pai (e não apenas simplesmente desse visível e frágil sol). Nosso poeta então caracteriza Deus Pai com outros atributos (que pode não conter necessariamente a perspectiva do pôr-do-sol): Divino, Santo e Bem-aventurado. Que nesse epíteto claramente derivado da Bíblia, nosso poeta – junto com os primeiros cristãos e conosco, os indignos cristãos contemporâneos – demonstra amor, ou infinita reverência e gratidão ao Pai das LUZES (ό Pat tn FWTWN - no plural, da Epístola de São James 1:17), por tudo que Ele é e por tudo que Ele tem nos dado: pela luz e santidade, amor e bem-aventurança, nossa existência e vida; pelo Seu ato de criação e Sua Providência; por todas as outras dádivas naturais e sobrenaturais e todas as coisas boas; e acima de tudo pelo bem-aventurado  Reino do Céu. Nós damos justos e grandes agradecimentos para o Divino Pai por uma incomparavelmente grande e muito mais significativa dádiva para o mundo criado e a humanidade: Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, o Doador da Vida e o Salvador, Que é a Luz, Majestade e o Esplendor da eterna Glória, Santidade, e Bem-aventurança do Pai (cf. Heb. 1:3, 5:1; I Tim. 6:16; João 12:46). Nós podemos livremente declarar que, por nosso poeta do início do cristianismo, começa com a perfeita primeira estrofe de seu poema, teologia determina a cosmologia e não vice versa, como veremos mais adiante.

            Na primeira estrofe nós também somos capazes de detectar uma visão hesicástica do mundo criado e do divino, mundo não-criado; uma visão que, indubitavelmente, é fruto da bíblia, prática e experiência hesicástica[6]. Especialmente, a luz visível é a “glória” de nosso sol. O sol nos revela ele mesmo através do brilho de sua luz e nós nos tornamos participantes disso, quer dizer, de sua luz. Essa ilustração e experiência do mundo material nos levam a uma genuína, experiência da                 graça-consumada cristã. Cristo é a Luz Divina e a Glória do Pai, e, como tal, Ele revela para nós o Pai Celeste na Sua Glória, Luz e Santidade, e faz nos participantes desses luminosos, deificantes e divinos atributos, da energia divina ou graça (cf. II Cor. 4:6; II Pedro 1:3-4).

            É interessante notar que nosso poeta primeiro menciona o nome “Jesus Cristo” na abertura da estrofe, e só depois menciona o nome “Filho de Deus”. Embora eles sejam realmente sinônimos, nós somos quase certos que o poeta expressava ele mesmo essa forma porque seu ponto de partida não era cosmológico, nem sequer teológico, mas bastante soteriológico. O poeta, sendo um cristão, começa pelo Evangelho, o Novo Testamento, e com o saber dos primeiros cristãos e a experiência da salvação em Cristo, a prova real e pessoal, o sabor da graça da salvação e da nova vida com Deus em Cristo através da ação do Espírito Santo na Igreja e nos corações dos fiéis. É do saber e da experiência soteriológica que ele reconhece a Divina Luz Jubilosa do Eterno Sol da Verdade. Esse reconhecimento não ocorre sozinho através da luz jubilosa do anoitecer, mas também através do Jesus Cristo histórico. Em Jesus Cristo ele reconhece o Sol de Deus, como ele dirigiria a Ele na estrofe subseqüente. Os primeiros cristãos observavam e mensuravam tudo ao redor deles – a luz do amanhecer e do anoitecer, dia e noite, vida e morte, natureza e meta-natureza, tempo e eternidade – de acordo com a nova visão que eles tinham adquirido depois experenciado em seus corações e vidas o saber da graça-consumada da glória de Cristo o Salvador, que é dado como um presente de Deus, o Espírito Santo, que revela Cristo como Senhor e Deus para nós (cf. I Cor. 12:3; Gal. 4:6, etc.). Por isso, nós podemos expressar na linguagem teológica ortodoxa que, não é apenas cosmológica, mas também teológica (verdadeiramente cristológica nesse caso) tem a soteriológica como ponto de partida. Isso é totalmente no espírito da primeira cristandade e de qualquer experiência cristã autentica. Isso também é uma razão adicional e prova que nosso hino é trabalho de um mártir do inicio da cristandade. Este era exatamente o caminho, tem sido o caminho, e o é caminho que permanece em nossos dias: a experiência dos mártires cristãos do início da cristandade e a experiência do Evangelho da Igreja. Os cristãos são os pioneiros discípulos e imitadores de Cristo, o Filho de Deus, o Senhor Salvador, que nos revelou a Trindade na segunda estrofe.

            Nosso poeta, juntamente com os primeiros cristãos, primeiramente cita o Jesus Cristo do Evangelho: o histórico, Jesus Cristo do Novo Testamento (primeira estrofe). Em seguida, ele cita a Santíssima Divina Trindade: o Pai, o Filho de Deus, e o Espírito Santo (segunda estrofe). No final do hino, ele declara o Filho de Deus, o Doador da Vida e o Salvador (terceira estrofe), que é o mesmo Jesus Cristo tanto na primeira estrofe como o mesmo Filho na segunda estrofe. A ordem das estrofes é uma ordem soteriológica derivada da experiência da graça-consumada, e não teórica, ou igualmente uma ordem teológica. A experiência da salvação através da graça e o sabor da nova vida – em comunhão com Cristo – é a chave para a ordem e para a aproximação do autor para nosso hino, "Ó Luz Jubilosa".

            A segunda estrofe (que certamente eruditos da poesia dos primeiros cristão consideram ser um refrão cantado pelo povo, ainda que o cantor cantasse a primeira e a terceira; isso é justamente uma preensão sem qualquer evidência legítima)[7] demonstra como nosso poeta compreendeu Jesus Cristo dentro do contexto Triádico, porque o Cristológico (i.e., a Fé e ciência de Cristo) dos início da Igreja, bem como de todo o mundo ortodoxo contemporâneo, sempre tem sido compreendido somente como parte da completa e correta (ortodoxa) Triadológia (i.e., a Fé e ciência da Santíssima Trindade), e isso não se separa, já que Cristo como o Filho de Deus nunca se separou de Deus o Pai e do Espírito Santo, nem  mesmo quando encarnou. Isso é porque o nosso poeta conecta a eterna Luz Divina com Cristo na primeira estrofe, e porque ele mais tarde conecta essa mesma Luz com a Santíssima Trindade na segunda estrofe: “Tendo observado a luz vespertina, nós louvamos o Pai, o Filho e o Espírito Santo”.

            Nós também podemos dizer que os primeiros poetas cristãos tomaram essa luz vespertina do pôr-do-sol como um motivo para glorificar a Santíssima Trindade. Esses primeiros cristãos, e os Santos Padres da Igreja (e.g., São Gregório, o Teólogo) imitando seu exemplo, consideraram o sol como o ícone criado do Deus Triuno, a esfera solar significando Deus o Pai, a luz do sol significando o Filho de Deus, e o calor do sol significando o Espírito Santo. Nós também podemos concluir que, no pôr da luz vespertina, nosso poeta percebeu a anunciação do amanhecer do dia seguinte, e ele antecipa a revelação total e a manifestação de Deus como a eterna Luz Triuna de uma perspectiva escatológica (cf. I Tim. 6:14; João 1:5-7).

            Dessa maneira, os primeiros cristãos consideravam toda a natureza física como um guia, desviando como nós temos da luz natural, da luz do sol criada como a mistagógia natural, em direção a glorificação de Deus o Criado, que, para cristãos, é o Deus Triuno, e não apenas um Deus-Criador (como, por exemplo, no abstrato, estéril monoteísmo do Islam). Para a Bíblia, Novo Testamento, cristãos ortodoxos, o Deus Vivo e Verdadeiro é mais que apenas o Criador de toda a criação. Ele é o Deus Triuno, o Deus que é uma eterna Comunhão de Pessoas (koinwnίa prosώpwn). Portanto, como Ele criou o mundo Ele convida-nos todos em comunhão pessoal como Ele mesmo: uma comunhão com o amor de Deus Pai, com a graça do Filho, com o Espírito Santo (cf. II Cor.13:14).

            Isso tem sido presentemente notado na primeira estrofe, onde, na luz serena do anoitecer, o poeta percebe Cristo, que anuncia a eterna luz da Divina Glória do Pai. O eterno relacionamento entre o Filho e o Pai – que é o relacionamento de duas Hipóstases da Santíssima Trindade – é assim glorificado. O poeta então para finalizar seu hino de ação-de-graças (ecaristίrioς ecaristίa) a Santíssima Trindade chamando também “Deus o Espírito Santo”. De acordo com Santo Atanásio e com os Santos Padres Capadócios, O Espírito Santo completa a perfeição da Santíssima Trindade, para apenas “no Espírito Santo há perfeição”.[8]

            Na terceira estrofe de nosso hino – um hino que, como nós mencionamos acima, tomava como seu ponto de partida a luz suave do pôr-do-sol na hora do anoitecer em sua glorificação de Cristo e, através Dele, da Santíssima Trindade – o poeta agora amplia sua hinódia e doxologia de Cristo para incluir a “em todo tempo, sejas louvado”, dizendo a Cristo: “É justo que em todo tempo, sejas louvado por vozes puras”.

            O poeta, juntamente com os primeiros cristãos, iniciou oferecendo hinos a Deus no anoitecer (o mundo foi criado no anoitecer: “Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia” – Gen. 1:5). Contudo, uma vez que Cristo e a Santíssima Trindade são para os cristãos o Criador de todo os tempos e de cada hora, como Ele é de toda criatura e do mundo inteiro, então é bastante natural para os cristãos enfatizar que se encontram para servir, glorificar, e entoar hinos a Deus no hino vespertino também, como em todas as horas do dia e da noite, todos os dias em todo o tempo – “agora e sempre e pelos séculos dos séculos”, como estamos acostumados a dizer em toda ação-de-graça e glorificação do Deus Vivo e Verdadeiro na Igreja Ortodoxa. A vida inteira de um verdadeiro e piedoso cristão é uma vitalícia e incessante glorificação e hinódia a Deus, O Amante da humanidade.

            Na terceira estrofe, o poeta adiciona um indispensável elemento ético e moral, que é pré-requisito para nossa total participação em nosso habitual ofício e glorificação de Deus. É necessário para glorificar Cristo e a Santíssima Trindade dignamente, com “santas” ou “veneráveis vozes” (fwnaῖς ὁsίaiς).[9]

            Desse modo que nós deveríamos glorificar Cristo o Salvador e a Santíssima Trindade com um coração puro e uma alma venerável (santa, agradável-a-Deus), é assim que um coração e uma alma na pura, dedicada e bem-aventurada voz preparada para glorificação e ação-de-graça consegui emergir. O Salmo diz a mesma coisa: “Tocai para Iahweh, fiéis seus, celebrai sua memória sagrada” (29:4). Os Provérbios (22:11) também confirmam isso: “Quem ama a pureza do coração (sίaς) e é grácil no falar terá por amigo o Rei”. Novamente na Sabedoria de Salomão (6:11), é dito: “santos serão os que santamente observam as coisas santas...” (oί fulxavteς ὁsίwς t sia  , siwqsovtai - aqueles que em toda santidade guardam aquilo que é santo, serão eles mesmos santos, i.e., agradável-a-Deus).

            Esse mundo aponta para a plenitude de nossa posição cristã diante de Deus e para Deus. Essa posição é uma posição teológica, religioso-cristã, e também ético-moral. Em acréscimo, essa é uma posição de virtude, digna do Deus a Quem nós glorificamos, e digna de nós, como aqueles que glorificam e entoam hinos a Deus. Portanto, depois da cosmologia, cristologia, triadologia, essa terceira estrofe evidencia o aspecto ético de nossa fé cristã, de nosso ente e existência cristã, e de nossa vida e de nossa atitude cristã de glorificação. No outro mundo, cristãos não podem apenas manifestar fé em Cristo e na Santíssima Trindade divorciado de uma verdadeiramente dedicada e bem-aventurada vida santa: uma vida santa como é apropriado para um cristão diante de nosso Santo Deus. Pelo nosso poema também afirmamos que o Espírito de Deus, o Espírito Santo, não faz morada em almas impuras, com está escrito nas Sagradas Escrituras (cf. Sabedoria 1:4-5). Isso porque Deus chama-nos para a salvação e para a santidade, que na cristandade é uma e mesma coisa (cf. I Pedro 1:15-16).

            Assim, nosso hino “Ó Luz Jubilosa” contem e expressa a integridade, completude universal, e a sabedoria da fé e da vida cristã (de acordo com a regra da antiga cristandade: lex orandi – lex credenti – lex vivendi = regra da oração – regra da fé – regra da vida). A verdadeira vida cristã vem da verdadeira fé em Cristo, e essa fé vem da revelação do Deus Pessoal Triuno e dos trabalhos do Salvador Jesus Cristo, o Filho de Deus e Filho do Homem, através do poder do Espírito Santo.

            Exatamente por causa disso que nosso poeta continua o hino, anunciando sobre o Nome: “Filho de Deus, Doador da vida!” essa expressão requer explicações mais a diante. Nós observamos na primeira estrofe que o poeta se dirige a esse precioso Nome: Jesus Cristo! O Nome de Cristo relata primeiro toda a divina economia da salvação (qeίa okovomίa); contudo no conteúdo da primeira estrofe, “Ó Luz Jubilosa da Santa Glória do Pai, Celeste, Imortal, Santo e Bem-aventurado Senhor Jesus Cristo”, os divinos atributos de Cristo, juntos com Sua natureza divina, são postos em evidência. Essa majestade de Cristo é expressa pelo poeta na segunda estrofe com o Nome Filho (“cantamos ao Pai, cantamos ao Filho e ao Espírito Santo de Deus.”), e é expresso em plenitude com o Nome teológico para Cristo “Filho de Deus”, na terceira estrofe.

            Seguindo esse divino Nome de Cristo – Filho de Deus – nosso poeta do início do cristianismo agora adiciona uma chave econômica e soteriológica essencial de Cristo: “Doador da Vida”. Essa referência não é apenas para a vida biológica, que Cristo como o Filho de Deus e como Co-Criador com o Pai e o Espírito nos deu, mas principalmente para a nova vida em Cristo, uma regenerada, renovada e nova vida da graça da nova criatura em Cristo (kain ktίς – II Cor. 5:17; Gal. 6:15; cf. Rom. 6:4). Certamente, prazer da vida – nomeadamente, vida física e biológica – dada por Cristo o Criador é incluída dentro da experiência dessa nova e salvífica, eterna vida em Cristo, o Deus-homem e Salvador. Esse é um fato que nós confirmamos no começo, quando nós afirmamos que o poeta do hino “Ó Luz Jubilosa” origina-se principalmente da experiência diária de uma vida nova e da salvação em Cristo. O poeta procede da soteriologia, e nisso ele observa o mundo, a natureza, nossa existência humana, a luz natural do pôr-do-sol, etc., com essa nova luz (“novos olhos”, de acordo com a hesicástica ortodoxa).

            Nosso poeta deliberadamente permuta o nome de Cristo – nomes econômico (i.e. soteriológico), cosmológico e teológico – como feito em muitos textos pelos Apóstolos no Novo Testamento, pelos Santos Padres dos primeiros séculos da cristandade, e também pelos santos escritores de hinos dos primeiros e posteriores séculos da Igreja Ortodoxa. Dessa maneira, nosso poeta – um raro, profundo e perspicaz teólogo ortodoxo – leva o testemunho para a o Igreja Oriental entendimento das verdades cristológicas e soteriológicas essenciais de nossa fé: que ali existe uma reciprocidade de atributos (ntίdosiς diwmtwn) das naturezas divina e humana de Jesus Cristo, o Filho de Deus e o Filho do Homem, o Deus-homem e Salvador.

            O hino do início do cristianismo “Ó Luz Jubilosa” uni-se, hinos e glorificações dos todos os atributos de Cristo: a Luz – o Logos, a Sabedoria e a Glória de Deus; Jesus Cristo – o Messias e Salvador; Filho de Deus – uma Hipóstase da Santíssima Trindade. Nós repetimos, contudo, que o poeta experiencia, expressa e entoa hinos deste modo por um processo puramente cristão, experiência soteriológica da salvação e da nova vida em Cristo, como seu Senhor, Salvador, Doador da Vida, Criador e Doador da Luz. Vida humana e criação original de Deus, nossa experiência sobre essa terra e na história, tem seu total, significado imortal e seu conteúdo eterno apenas na luz de nossa redenção e regeneração, ma renovação de nossa natureza e existência humana através da graça, em nossa nova vida em Cristo. Isso porque o poeta adiciona, “Todo universo Te glorifica!”. Ele volta para Cristo, o Filho de Deus, como seu Criador e como o Doador da luz e da vida nessa existência física, e mais exatamente nessa graça-consumada, regenerada, renovada, divina e sobrenatural vida e existência. Essa vida é Vida uma santa, radiante, bem-aventurada e imortal e corresponde a essas características que os cristãos recebem de Cristo, que Ele eternamente possui do Divino Pai. Esse é nosso recente começo e vida no Espírito Santo, no Santo e Gerador da Luz, Doador da Luz, Trino, no Reino do Pai, Filho e Espírito Santo – Deus.[10]

            O belíssimo hino “Ó Luz Jubilosa”, cantado como a primeira ação-de-graças vespertina para Cristo, é realmente um perfeito hino litúrgico, que contem a semente de todos os elementos básicos do único, novo, cristianismo e de uma visão do mundo e do homem, do tempo e da vida. Nós estamos seguros que este autor, que era muito provavelmente um dos proto-mártires que sofreram por Cristo o Senhor, não faz premeditação de seu conteúdo, porém antes canta esse hino espontaneamente, utilizando com toda inspiração elementos cosmológicos, soteriológicos e teológicos a cerca do que nós temos escrito. Ele simplesmente “entrega seu coração” louva e glorifica o Deus Vivo no modo em que ele, juntamente com a sua Igreja, experenciou e conheceu-O. As palavras dos Santos Apóstolos são especialmente apropriadas aqui: “pois que a profecia jamais veio por vontade humana, mas os homens impelidos pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus.” (II Pedro 1:21).

            Esse curto, porém um todo-cingido canto a cerca da Luz Jubilosa é um poema cheio de luz – exaltada e glorificada luz – que começa com glorificação do Pai Celeste através de Cristo no Espírito Santo, e termina com a mesma glorificação de Deus o Pai no Doador da Vida o Filho e o Mantenedor da Vida o Espírito Santo, cingindo o mundo todo e tudo que é dado por Deus – incluindo, mais particularmente, a luz.

            No centro de nosso hino estão o homem e a raça humana, desde que Cristo veio ao mundo, por nós homens e para nossa salvação, revelando o Pai Doador da Luz e dando-nos o Espírito Santo (e Luz); e através de Sua encarnação Ele se tornou nossa Vida e Luz – Indivisível e Inefável.

            Nele e com Ele “a vossa vida está com Cristo em Deus” (Col. 3:3); e com Ele e Nele nos tornamos “filhos da luz” (I Ts 5:5).

            Pois, Fῶς Cristo faίvei psi! - a Luz de Cristo ilumina tudo!




[1] Esse artigo é uma versão expandida de uma homilia dada no ofício de Vésperas seguido da festa do Santos Apóstolos Pedro e Paulo (29 de Junho de 1988) numa antiga igreja cristã semi-arruinada que tinha sido entalha da numa rocha vulcânica na Capadócia (Ásia Menor) situada num desfiladeiro chamado Balcânico (ou Vulcânico) junto da cidade Ortahisar no dias atuais na Turquia. Essa homilia foi dada para estudante gregos e sérvios durante sua peregrinação conjunta aos locais de martírio dos primeiros cristãos na Capadócia grega ortodoxa, Pontus, e nas sete Igrejas Joaninas do Apocalipse. O martírio por Cristo nessas áreas não tinha cessado até esses dias. Primeiramente publicado em grego (num livro de mesmo titulo: Fώz larόn [Ó Luz Jubilosa], Atenas, 1991) e agora em sérvio, esse artigo baseado na homilia é dedicado aos nossos irmãos gregos – nossos companheiros de jornada através do reino desse mundo em direção Celeste Reino de Cristo da Verdade, da Justiça, da Luz, e da Liberdade – mais o melhor de tudo para nossos irmãos em Cristo, Emanuel Saris, nosso inspirado guia na Capadócia, Pontus, e nas igrejas Joaninas, e presente nosso benfeitor e co-lutador em Zahumlje e Hercegovina.

[2] É certo que os hebreus do Antigo Testamento, os gregos, os romanos e outras nações do Leste tinham uma tradição religiosa de orar e cantar ações de graça para Deus pela luz do anoitecer e do amanhecer, que é dada por Deus. Santo Hipólito de Roma (Tradição Apostólica 25), São Clemente de Alexandria (Protrepticus 11: Regozije-se, Ó Luz...), São João Crisóstomo e outros ilustram como os hebreus cantavam ao anoitecer canções de ação de graça. Essa tradição do Antigo Testamento, juntamente com o Novo Testamento e o princípio da tradição cristã e da pratica litúrgica, tem sua origem na divina revelação da Bíblia e ela continua na vida da Igreja Ortodoxa e dos povos ortodoxos, especialmente na época da heychasm. Ela continua nesses dias, pois todo dia o hino “Ó Luz Jubilosa” é cantado nos ofícios Vésperas na Igreja Ortodoxa. Uma oração semelhante foi estabelecida na história da Igreja de São Nicolas em Lelic próximo a Valjevo por um velho soldado do front de Tessalônica, Dragica Radosavljevich (ver o jornal Vidoslov, vol.2 [1994], pp. 54-56).
[3]  Apesar de tudo, um dos escritores do inicio do cristianismo da ortodoxia oriental disse: “Segundo os primeiros cristãos, a Sabedoria de Deus é chamada Natureza e Providência de Deus” (St. Methodius of Olympus, On the Ressurection 2.9).
[4] Alguns etnologistas e marxistas – com educação ocidental “especialistas da religião” que não conhecem as reais tradições ou a vida nacional da Igreja do povo ortodoxo – atualmente falam a cerca desse e outro semelhante “resquício pagão.” Eles afirmam, por exemplo, que o Natal foi estabelecido (25 de Dezembro) como uma “festa do culto do sol”, igualmente, contudo o Natal é realmente um celebração cristã nacional da Igreja de Cristo Deus como o verdadeiro “Sol da Verdade” - o “Nascente do Altíssimo”, como nós cantamos no Tropário de Natal. Se eles eram únicos modestamente instruídos a cerca dos ofícios divinos da Igreja ortodoxa, os nossos parcialmente educados não poderiam falar em tal caminho ignorante.
[5] Essa aproximação cristológica () que os primeiro cristãos tinham do mundo, e que atualmente cristãos ortodoxos tem do muno, tem conseqüências que levam ao interior de tudo a outras áreas da vida e do comportamento dos indivíduos e do povo ortodoxo cristão, visto que como isto tem permanecido fiel para a tradição viva e na experiência da Igreja Ortodoxa. Por exemplo, na ortodoxia igualmente hoje, juntamente com o início da fé cristã existe uma vívida, ascetismo litúrgico (Eucarístico e hesicástico), prática ecológica, que é uma atitude correta e salvífica em direção ao ambiente humano por causa de ambos,            homem e natureza. Isso porque, na ortodoxia, ecologia (oίkologίa) é conectada fundamentalmente a Economia divina (Qeίa Oίkonomίa) da salvação do homem e do mundo.
[6]  O recente Bizantologista Russo e Sérvio Georgi Ostrogorsky não era o único a indicar (em seu primeiro trabalho em 1931: “Svetogorski isihasti i njihovi protivnici” [Hesicástica da Montanha Santa e seus oponentes]) que o hesicasmo já era profundamente enraizado no inicio da cristandade do oriente. São Gregório Pálamas, um grande teólogo e líder da hesicáste no IV séc., também demonstrava claramente que a hesicásmo ortodoxo originou-se da Bíblia e da fé e da experiência dos primeiros cristãos da Igreja, quer dizer, da revelação divina mesma.
[7]  Prof. P. Chrestou, Patrologίa (Patrologia), vol.2 (Tessalônica, 1978), p.82.
[8]  Santo Atanásio o Grande, Letters of Serapion; São Basílio o Grande, On the Holy Spirit.
[9]  No escrito contemporâneo Greek Horologion (Wrwlόgion), é escrito fwnaῖς alsίaiς  (vozes alegres); contudo, nos manuscritos dos anciãos gregos desde que o eslavão os tem traduzido, é escrito: fwnaῖς ὁsίaiς (veneráveis, santas vozes). Prof. P. Chrestou confirma isso em sua Patrologίa, vol.2, p.82.
[10]  Na expressão da segunda estrofe: “Deus Pai, Filho e Espírito Santo” (qeόn), a palavra Deus refere-se principalmente ao Espírito Santo, como São Basílio o Grande (On the Holy Spirit, capítulo 29) demonstra claramente. Por isso uma vírgula não deveria preceder a palavra Deus (como se encontra erroneamente gravado em nossa Slavonic Horologion). Poeticamente, contudo, uma permissão também compreende que a palavra Deus revela o supramencionado Pai e Filho junto com o Espírito Santo, nomeadamente, a completa Santíssima Trindade.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Questões sobre Judas.


pelo Pe Máximus do Santo Mosteiro de Paramythias em Rodes

1. É digno de admiração que Judas tenha traído seu Mestre mesmo tendo visto tantos grandes milagres?

Judas, inicialmente, deve ter sido bom. Coo os outros discípulos de Cristo, ele deixou a família e o trabalho para seguir o Messias.

Certamente ele deve ter sofrido dificuldades em suas viagens durante o minitérios público de Cristo durante 3 anos. Cristo enviou seus discípulos em missão às cidades e aldeias para preparar o povo.

Os discípulos, em seguida, juntamente com Judas, pregou que o Messias viria e que confrimaria as suas palavras com Milagres (Mateus 10:1-8). Judas foi particularmente honrado por Cristo para manter os fundos comuns. A partir disso ele iria fazer comprar e dar dinheiro aos pobres em filantropia (João 13:29). Quando Cristo começou desde a Galiléia até a Judeia para ser sacrificado, udas segui-o, ouvindo as palavras de seu companheiro Tomé: "Vamos nós também, para morremos com ele" (João 11:16).

O Evangelista João escreve que Judas tinha uma certa paixão pela avareza (João 12:6). Parece que ele estava comprometido com essa paixão, e levado à infidelidade contra Cristo. A avareza abriu sua alma a Satanãs, dando direitos ao Maligno.

O Evangelista Lucas (Lucas 22:3) escreve que antes Judas consultou os chefes dos sacerdotes sobre a traição e entrou nele Satanás. Isto é confirmado pelo Evangelista João (João 13:2), dizendo que Satanás colocou a traição do coração de Judas. O mesmo evangelista diz que no final da Mística Ceia, Satanás entrou novamente em Judas (João 13:27). Vejamos: em Betânia os pés de Cristo foram ungidos por uma mulher com mirra muita cara. Judas com os outros discípulos ressentido queixou-se (Mateus 26:8 e João 12: 4-6). Este protesto é um sinal de que eles questionaram a infabilidade de Cristo: como Ele permitiu isso? Quando Cristo entrou em cena e pediu para não amargar a mulher por sua manifestação de amor, pois, ela preparou seu corpo para o enterro, os outros humildemente silenciaram, mas, Judas estava irritado e influenciado por Satanás saiu para traí-lo. O egoiísmo o cegou. Certamente Judas não acreditava na divindade de Cristo, Um Deus merece toda a honra e sacrifício, não a traição. Ele queria ser um professor para Cristo. Na verdade, ele escondeu sua avareza sob a cobertura de estar interessado nos pobres. Pecadores geralmente tentam cobrir seus pecados e justifica-los.

Através da mediação de Judas, os principais sacerdotes se alegraram (Marcos 14:11 e Lucas 22:5). Porque agora eles poderiam prender Cristo longe da multidão durante a noite, enquanto todos dormiam. Judas, mesmo prometeu abertamente a eles e lhes deu uma promoessa de que Cristo seria entregue sem a presença de uma multidão (Lucas 22:6).

A cauda da traição não era tanto a ganância, mas, seu ego. Se ele fosse apenas um avarento, ele teria deixado seu pobre professor Cristo antes. Embora ele eventualmente recebesse dinheiro não abandonou Cristo. Agora ele o abandonava por causa de seu ego elevado. Se ele não tivesse um grande ego teria continuado roubando e não trairia seu Mestre. Certamente ele era avarento, pois, recebeu dinheiro para trair Cristo.

Talvez Judas, quando perdeu sua fé na origem divina de Cristo, começou a explicar os milagres de Cristo, assim como os fariseus, como energias demoníacas. Egoísmo obscurece o homem, para que não possa discernir o que é o certo.

Judas foi cegado pela avareza, egoísmo e pelo diabo e não sabia para onde estava indo.

2. A traição de Judas era inevitável e tinha de ser feita?

Que um discípulo se tornaria um traidor, Deus o previu. Além disso, Davi também profetizou no Antigo Testamento (Salmos 41:9). Cristo profetizou muitas vezes. Cristo de antemão conhecia a traição, mas, não a premeditou. ele profetizou porque ele sabia que isso iria acontecer. deus viu a traição e a previu. A presciência de Deus não tem culpa, mas, a escolha de Judas sim.

Depois da multiplicação dos cinco pães e dois peixes, muito antes de sua Paixão, Jesus falou da Santa Comunhão , Seu corpo e sangue, e alguns discípulos lhe disseram: "este é um duro discurso" e deixou-o. Cristo, então, disse aos Doze: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente." Jesus respondeu: "Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo." Aqui ele estava falando de Judas (João 6:60-71). Aqui Cristo diz algo paradoxal: "Se eu escolhi vocês, entre vós a um traidor".

O sacrifício de Cristo na cruz foi muito doloroso, tendo sido traído por seu discípulo. Essa traição nos ensina que todos nós, que estão perto de Cristo estão e perigo de traição. Judas é um modelo de futuros traidores. Se o discípulo de Cristo que viu os grandes milagres de Cristo traiu, quão maior é o perigo para nós que não vimos a Cristo e Seus milagres?

Cristo teria sido preso e sacrificado sem a mediação de Judas. Não é possível para o Deus Benevolente usar uma pessoa em seu plano para levá-lo à danação eterna. Se Judas tivesse buscado a piedade, Ele não teria permitido que ele tivesse cometido suicídio.  Judas mostra a grande corrupção das pessoas e a necessidade do sacrifício divino.

3. Por que Cristo permitiu que seu discípulo Judas o traísse?

Cristo muitas vezes tentou dissuadi-lo da traição. muitos antes de sua Paixão, Jesus repetidamente (Mateus 12:40; 16:21-28; 17:12,22-23; 20:17-19) preparou seus discípulos para a Paixão. Disse-lhes que ele iria sofrer muito, seria rejeitado pelos líderes religiosos, seria morto e no terceirto dia ressuscitaria.

Em um prenúncio da sua Paixão (Mateus 16:21-28), Pedro respondeu e pediu que sua Paixão não ocorresse. Jesus respondeu a Pedro: "Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens". Ele então perguntou aos discípulos se negariam e disse: "Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?". Estás palavras foram um aviso difícil para Judas, que perdeu sua alma por trinta moedas de prata.

Na Mística Ceia, após a lavagem dos pés dos seus discípulos, Cristo disse: "Ora vós estais limpos, mas não todos." (João 13:10-11). ele sabia quem iria traí-lo. Então, embora ele estivesse ensinando a humildade ( por isso mesmo Ele lavou os pés dos discípulos), Ele adverte Judas novamente dizendo a profecia de Davi (Salmo 41:9): "Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar". A ansiedade hipócrita de Judas foi abalada devido à perda de sua alma por Ele ter indicado claramente que alguém iria traí-lo (João 13:21). udas novamente fez alguma coisa por ignorância. Cristo se refere a ele implicitamente dizendo: "E ele, respondendo, disse: O que põe comigo a mão no prato, esse me há de trair.
" (Mateus 26:23). E embora Judas continua-se a esconder-se, Cristo diz de forma ameaçadora: "ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido." (Mateus 26:24). E enquanto todos estavam dizendo: "sou eu?", Judas, afim de não mostrar-se pelo silêncio, também perguntou a Jesus sem vergonha "sou eu?" e Cristo disse-lhe: "Tu o disseste", ou seja, é como você diz.

Seu discípulo amado diz que Cristo no Getsêmani derrubou Judas e os soldados quando eles se aproximaram (João 18:5-6). Judas não se moveu, mas, hipocritamente saudou Jesus dizendo "Hail Rabi!" e beijou-o com ternura (Mateus 26:49). Cristo não fala mal com ele, mas, diz-lhe: "Amigo, a que vieste?" (Mateus 26:50). Lucas 22:48, completa as palavras de Cristo com uma pergunta: "com um beijo trais o Filho do Homem?". Como se Ele lhe dissesse: Eu sei por que você veio, és um traidor; seu beijo quente não me engana.

Cristo tentou avisá-lo. Judas, porém, foi inflexível em sua traição.

4. Talvez Judas tenha traído Cristo por Ele não os libertar dos romanos?

Cristo nunca falou em revolução com armas. Suas advertências sobre sua Paixão nunca incluíram uma possível revolução. Se Judas era um fanático, ou um revolucionário, ele deveria ter esperado que Cristo mostrasse mais tarde seu poder divino e libertasse o povo. Com sua traição levou Cristo a obscuridade. Com a morte de Cristo, ele não ganhou nada para a causa de uma revolução; Se Cristo desiludiu Judas, ele deveria ter abandonado Ele e esperado por um Messias libertador.

Também um Judas revolucionário não justifica ser um traidor e enforcar-se. Quando ee devolveu o dinheiro, ele disse aos sacerdotes: "Entreguei sangue inocente" (Mateus 27:4). O Judas revolucionário teria mantido o dinheiro para as necessidades da esperada revolução. Seu enforcamento não altera o estado do domínio romano.

Todas as pessoas estavam à espera de um Messias libertador. Quando Cristo multiplicou os cinco pães e os dois peixes e milhares de pessoas comiam, aqueles que comiam disseram: "Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo. Sabendo, pois Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte" (João 6:14-15).

E os discípulos de Cristo esperavam a libertação do Messias. Na verdade dois de seus mais próximos, os irmão Tiago e João, juntamente com sua mãe, pediram a Cristo que, quando ele estivesse preste a ser o rei em Jerusalém, colocá-los à esquerda e à direita do seu trono. Cristo explicou-lhes que a amarga taça da sua Paixão o aguardava em Jerusalém ( Mateus 20:20-23). Eles, no entanto, não traíram seu Mestre.

Judas não era um revolucionário, mas, gostava de emoções fortes era egoísta e avarento.

5. Judas não se arrependeu quando devolveu as trinta moedas de prata aos sumos sacerdotes e disse-lhes que ele pecou, entregando-lhes o sangue inocente?

O verdadeiro arrependimento é uma coisa, simpes remorso é outra. O verdadeiro arrependimento é caracterizado pela tentativa de corrigir o mal, enquanto o simples remorso é uma mudança de mente, sem qualquer tentativa de corrigir o mal. Judas reconheceu seu erro, mas, ele não fez nada para corrigi-lo. Se ele realmente se arrependesse, ele teria ido encontrar Cristo e com lágrimas pediria perdão, como Pedro.

Quando ele cometeu suicídio mostrou que seu ego agora operava para a auto-destruição. Obviamente também o diabo tinha influência e levou-o ao desespero.

traduzido de http://www.johnsanidopoulos.com/2013/05/questions-about-judas-answered.html

quarta-feira, 27 de abril de 2016

História da China Antiga à luz do Livro do Gênesis - pelo Hieromonge Damasceno




























1. O sacrifício chinês da fronteira:
Os chineses da antiguidade
Teologia e adoração a Deus


Ao olhar para a história chinesa, à luz do Livro do Génesis, seria útil olhar primeiro para a primeira religião conhecida na China. Mais tarde, vamos ver como esta antiga religião se encaixa com o relato bíblico da história antiga.

O primeiro relato de culto religioso na China é encontrada no Shu Jing (Livro de História do Livro de Documentos), a mais antiga fonte histórica chinesa. Este livro registra que no ano 2230 a.C., o imperador Shun "sacrificou a Shangdi." Ou seja, ele fez um sacrifício para o Supremo Deus dos antigos chineses, Shangdi significando Supremo Soberano. Esta cerimônia veio a ser conhecida como o "Sacrifício da Fronteira", porque no solstício de verão o Imperador participa de cerimônias nas terras da fronteira norte do país, e no solstício de inverno ele oferece um sacrifício para o céu na fronteira sul.
Os chineses têm sido considerados um dos povos de maior consciência histórica e tradição consciente do mundo. Isto é visto em muitos aspectos da cultura chinesa. Talvez isso seja  visto mais do que tudo neste sacrifício da fronteira que o Imperador realizava duas vezes por ano. Esta cerimônia, que remonta pelo menos a 2230 a.C. foi continuada na China por mais de quatro mil anos, até a queda dos manchus em 1911 d.C. Mesmo que as pessoas tenham perdido gradualmente a compreensão do que a cerimônia era, e Shangdi tenha sido obscurecido por trás de todos os tipos de divindades pagãs na China, no entanto, a adoração do único Deus, Shangdi, continuou fielmente pelo imperador até os tempos modernos.

O texto mais antigo do Sacrifício da Fronteira  que temos data da dinastia Ming. É o texto exato da cerimônia que foi realizada em 1538d.C., que foi baseado em antigos registros existentes dos rituais originais. Vejamos partes da recitação que o Imperador usava:

Acima: O  Altar Circular do Templo do Céu
em Pequim, construído em 1420a.C. , onde o Imperador
oferecia o sacrifício. Templo do Céu



O Imperador, como o sumo sacerdote, era o único a participar do serviço. A cerimônia começava:

 "Antigamente, no início, havia o grande caos, sem forma e escuro. Os cinco elementos [planetas] não tinha começado a girar, nem o sol e a lua a brilhar. No meio dela não existia nem formas de som. Tu, ó Soberano Espiritual, vieste na tua presidência, e a primeira divisão fizeste das partes mais grosseiras das mais puras. Fazes o céu; Fazes a terra; Fazes o homem. Todas as coisas com seu poder de reprodução tem o seu ser ". 

Esta recitação elogiando Shangdi como Criador do céu e da terra soa surpreendentemente como o primeiro capítulo do Gênesis:"No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia, e havia trevas sobre a face do abismo "(Gênesis 1: 1- 2).

Assim, nos primeiros registros da religião chinesa, vemos que as pessoas adoravam um Deus, que era o Criador de tudo. Vemos também que os povos originais da China olhavam para Shangdi com um sentimento de amor e um sentimento filial. O imperador continuava sua oração: 

"Concedes, Ó Di, ouvir-nos, porque Tu nos atentas como um Pai. Eu, teu filho, aborrecido e sem luz, sou incapaz de manifestar meus sentimentos corretamente. "

Como a cerimônia conclui, Shangdi é elogiado por sua benignidade:

"Tua bondade soberana é infinita. Como um oleiro, tu tens feito todas as coisas vivas. Tua bondade soberana é infinita. Grandes e pequenos estão abrigados [por ti]. Como gravado no coração de teu pobre servo está o senso da tua bondade, de modo que o meus sentimentos não pode ser totalmente revelado. Com grande bondade, Tu nos suportar, e não obstante as nossas deficiências nos concede vida e prosperidade. "

Estas duas últimas recitações, no seu conjunto, têm o mesmo simile como encontrada na profecia de Isaías na Bíblia: "Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu o nosso oleiro e todos nós obra das tuas mãos "(Isaías 64: 8).

Em geral, a leitura do texto do Sacrifício da Fronteira lembra fortemente as orações dos antigos hebreus como encontrados no Antigo Testamento: o mesmo temor reverente diante de Deus, o mesmo sentimento de humildade e gratidão ante Sua grandeza. Para nós, cristãos, estas antigas orações chinesas para Deus são estranhamente familiar. Por que isso? Parece que a antiga religião chinesa e a antiga religião hebraica são extraídos da mesma fonte. E isso é realmente o caso, como veremos.


2. O Livro de Gênesis e os primórdios da China


Vamos começar no início. Adão e Eva, como sabemos a partir do livro de Gênesis, foram expulsos do Paraíso, e Querubins com espadas flamejantes guardavam a porta Leste do Éden, para que Adão e Eva não pudessem voltar a ele. Paraíso, segundo a tradição, foi em um lugar alto, como uma montanha. Adão e Eva permaneceram próximo ao Paraíso "defronte" de acordo com a versão grega (Septuaginta). Eles permaneceram em um lugar alto, viram o Paraíso de longe, e se lamentaram pelo que tinha perdido.

Deus colocou nas mentes dos filhos de Adão, Caim e Abel (e, supomos, o próprio Adão) Lhe oferecer sacrifícios. Eles teriam feito isso perto da fronteira do Éden. O sacrifício, é claro, não foi suficiente para salvar a humanidade, ou abrir-lhe o Paraíso e o acesso ao Céu que ele perdera. No entanto, Deus colocou no homem a idéia de sacrifício, a fim de preparar o homem para compreender o sacrifício que iria salvar o homem: o sacrifício do Filho de Deus na cruz. Adão viveu até os 930 anos de idade. De acordo com a genealogia hebraica, Adam viveu no mesmo tempo que o pai de Noé, Lameque. Lameque tinha 56 anos quando Noé morreu. De acordo com a genealogia na versão grega do Antigo Testamento, há cerca de mil anos entre Adão e Noé, assim não teria havido outra geração. Mas, de qualquer forma, Noé teria ouvido falar sobre a criação e a queda de seu pai Lameque, que era apenas uma, e talvez duas, gerações do próprio Adão. Isso nos dá uma idéia de quão direto era que o conhecimento que Noé tinha.

O Grande Dilúvio ocorreu, de acordo com o cômputo bíblico, em cerca de 2348 a.C. Foi um dilúvio global que eliminou a terra inteira e todos os seres humanos, exceto Noé sua esposa, seus três filhos e suas esposas (8 pessoas no total).

A Bíblia diz que, quando Noé saiu da arca após o dilúvio, a primeira coisa que ele fez foi oferecer um sacrifício a Deus, assim como seu antepassado Adão tinha feito uma vez. Na verdade, antes do dilúvio Noé tinha trazido na Arca com ele alguns animais que foram especificamente destinados a serem oferecidos em sacrifício, além de todos os outros animais que estavam na arca. Então, a religião de Noé, que tinha recebido a partir de seu antepassado Adão, incluía o sacrifício de animais.

Somente 101 anos depois do dilúvio, o mal abundara novamente; e, portanto, como a Bíblia nos diz: "a terra foi dividida." Isso ocorreu na Torre de Babel, quando Deus confundiu as línguas, e as pessoas começaram a ser espalhadas sobre a terra. O incidente da Torre de Babel ocorreu por volta das 2247 a.C. E é logo após este ponto que a história chinesa começa.

Os povos originários da China foram, sem dúvida, um grupo de pessoas (de número desconhecido) que viajaram para a China a partir de Babel. É provável que a maioria das pessoas que vivem na China de hoje descendam deste grupo original.

Muitos cristãos que se debruçaram sobre esta questão têm sugerido que, no Gênesis na "Tabela das Nações" que narra os grupos linguísticos que migram de Babel, o "povo sineu" (Gênesis 10: 17) pode referir-se ao grupo que se tornaram os povos asiáticos.
Seja ou não este o caso, aqui há um fato muito interessante a considerar: De acordo com os registros chineses, o estabelecimento da primeira dinastia da China, a dinastia Hsia (Xia) , ocorreu em 2205 a.C. Os estudiosos modernos atribuem uma data um pouco mais tardia entre 2100 e 2000 a.C. Portanto, dependendo de qual dado se aceita, o estabelecimento de primeira dinastia da China ocorreu em qualquer lugar de 42 a 205 anos após a data aproximada do incidente Torre de Babel. Esse foi o tempo que levou para os proto-Chinese migrarem para a China a partir do que é presentemente o Iraque (o lugar da Torre de Babel) e já começam a sua civilização dinástica.

Da Bíblia, sabemos que Noé viveu 350 anos depois do dilúvio. Assim, a fundação da primeira dinastia da China ocorreu enquanto Noé ainda estava vivo.
As primeiras pessoas da China poderiam ter ouvido falar sobre a criação, a Queda e sobre vida antes do dilúvio do próprio Noé. E Noé, como já dissemos, poderia ter aprendido sobre essas coisas, através de um ou no máximo dois intermediários, do próprio Adão. Isso nos dá uma idéia de quão perto estavam as primeiras pessoas chinesas do primeiro homem, Adão.

Sabemos que, quando os colonos originais da China chegaram a sua nova terra, eles trouxeram a religião de Noé com eles. Sabemos disso a partir do Sacrifício da Fronteira de que falamos anteriormente. Esse sacrifício era como os sacrifícios de Noé, que eram como os sacrifícios de Adão. E, como vimos, o Deus que foi invocada no Sacrifício da Fronteira  era o único Deus, o Criador do Universo, que tanto Noé quanto Adão adoraram. As orações que estavam no Sacrifício da Fronteira chinês tem notável semelhança com as orações dos antigos hebreus, pois ambos vêm da mesma fonte: a religião de Noé.

Um ponto interessante a ponderar é por isso que os chineses chamaram seus sacrifícios "Sacrifício da Fronteira", por que o Imperador realizava-os tradicionalmente na fronteira do Império. Sabemos que Adão teria realizado seus sacrifícios fora das fronteiras do Paraíso, provavelmente, o mais próximo possível ao Paraíso, fora do portão que estava guardado pelos querubins. É possível que o Sacrifício da Fronteira na China fossem baseados na tradição de um "sacrifício de fronteira" desde o tempo de Adão.

Como já dissemos, os sacrifícios de Adão e Noé, ou dos imperadores chineses não poderiam salvar a humanidade das conseqüências da Queda: morte e separação eterna de Deus. Eles não poderiam levar o homem de volta ao paraíso. Para isso, um sacrifício totalmente puro e sem mácula, teve de ser oferecido, por um ser humano totalmente puro e sem pecado: aquele que seria o segundo Adão e corrigir completamente o que Adão havia arruinado. Este sacrifício foi oferecido, para sempre por Jesus Cristo, o "segundo Adão". E outro ponto interessante: Assim como o primeiro Adão tinha oferecido seu sacrifício fora dos portões do Éden, o segundo Adão ofereceu seu sacrifício fora dos portões da Cidade Santa de Jerusalém, quando ele foi levado para fora da cidade para ser crucificado.

Cristo cumpriu o que foi prefigurado pelos sacrifícios de Adão e Noé, e pelos sacrifícios de fronteira que foram oferecidos pelos chineses desde o início de sua história.


3. Registros Históricos da China à luz da Bíblia


Vamos voltar agora e olhar para a história registrada da China à luz do que nós apenas temos falado sobre, isto é, à luz da história bíblica do mundo.

Já mencionamos o livro mais antigo da história registrada chinês: o Shu Jing, ou Shujing. Este livro foi escrito em cerca de 1000 a.C. e foi baseado no material da dinastia Shang, que começou em 1700 a.C. (1700 a.C., a propósito, é 200 anos antes do tempo de Moisés, que escreveu o livro de Gênesis.) Mesmo se assumirmos que os materiais originais para o Shu Jing vieram do início da dinastia Shang em 1700 a.C., este significa que pelo menos 500 anos teriam se passado desde o início da China para o primeiro registro escrito da sua história.

A primeira coisa que os estudantes de história chinesa aprendem é que a história chinesa começou com uma inundação. Isto não é surpreendente, uma vez que sabemos que os povos antigos de todos os continentes do mundo têm uma história de uma grande inundação que cobriu toda a terra como um julgamento sobre o pecado do homem. Em muitos casos, os detalhes são notavelmente como os detalhes registrados no livro de Gênesis. Os aborígenes da Austrália, por exemplo, falam de um dilúvio global e como apenas oito pessoas escaparam-lo em uma canoa.

Noé com sua família, depois de ter saído da Arca, oferecem um sacrifício sobre um altar. ícone russo séc.XVI


A história do dilúvio era a mais difundida de todas as outras lendas da China Antiga. O Shu Jing registra: "As águas da inundação estão em toda parte, destruindo tudo à medida que sobem acima das colinas e incham-se para o céu."

Uma vez que o Shu Jing só começa com a história chinesa, no entanto, esta afirmação não se refere ao dilúvio global, mas sim a uma inundação local que foi causada na China pelos restos do Grande Dilúvio. O Shu Jing fala de como, depois do Grande Dilúvio, algumas das terras ainda não era habitáveis, porque as águas da inundação ainda estavam inundando a terra. Isso foi certamente possível. O tempo entre o Dilúvio e a fundação da primeira dinastia chinesa foi pouco mais de 143 anos, e seria de se esperar que grandes bolsões de água estavam na terra naquele tempo e que não estão lá hoje. Este fenômeno de bolsões de água pós inundação é descrito no livro Grand Canyon: Monumento à catástrofe, escrito por um geólogo, Steven Austin. Dr. Austin é um crente no relato bíblico do dilúvio, e neste livro ele postula que o Grand Canyon foi formado por um grande bolsão de água que sobrou do dilúvio, e que se soltou sobre a terra. Como as camadas de sedimentos tinha sido formadas recentemente durante o Dilúvio e a terra ainda era suave, as águas da inundação que sobraram foram capazes de esculpir o magnífico Grand Canyon.

Voltando para a China antiga: Estas sobras de águas da inundação tornaram partes da terra inabitável. Naquele tempo, de acordo com a história chinesa, houve os primeiros imperadores chineses justos, Yao e Shun: os primeiros imperadores a oferecer os sacrifícios nas fronteiras para Shangdi. A um homem chamado Kun foi dada a tarefa de livrar a terra das águas do dilúvio, mas ele não foi capaz de fazê-lo. Até que o filho de Kun, Yu, desenvolvesse uma nova técnica para canalizar as águas para o mar então a terra foi finalmente feita habitável.

Yu, o grande


Demorou nove anos para Yu canalizar as águas para o mar. Ele se tornou um herói por causa dessa incrível façanha. Como resultado, Shun transferiu o domínio para Yu. Yu tornou-se imperador, começando assim a primeira dinastia da China, a Xia. Depois disso, a cultura dinástica da China durou quase mais quatro mil anos.

Realmente existem lendas sobre dinastias na China antes da dinastia Xia, mas essas dinastias são de uma espécie diferente, com detalhes questionáveis ​​que lhes são atribuídos e longas vidas atribuídas a seu povo. A dinastia Xia é a primeira dinastia precisamente documentada. O geólogo Christian Dr. John Morris sugere que as dinastias bem documentado datam de dispersão da Babel ", enquanto as dinastias anteriores estavam desbotadas na memória de patriarcas pré-dilúvio, preservadas como lendas." O Imperador Yu da dinastia Xia "evidentemente ganhou destaque quando ele projetou a drenagem de terras pantanosas saturadas pelas águas da enchente que sobraram. A dinastia seguinte iniciaram os relatos sobre o tempo de Abraão e as memórias de longa vida dos patriarcas dos dias de pré-inundação no que se tornaram lendas do início das dinastias ".

4. Indicações de Conhecimento da Antiga China sobre a Criação e o Dilúvio global


Então, agora nós olhamos a história chinesa em relação à Bíblia. Se começarmos com o registro mais antigo da história chinesa, o Shu Jing, descobrimos que a história da China antiga combina muito bem com a história da humanidade como registrado na Bíblia. (O Shu Jing, por sinal, foi a fonte da história chinesa usada por Confúcio, considerado por ele para ser a fonte mais autêntica da história chinesa.)

Uma vez que o Shu Jing começa com especificamente com a história chinesa, no entanto, ele não se refere a Noé, ou ao que ocorreu antes do Grande Dilúvio. Existe alguma coisa na história chinesa antiga que se refere à grande inundação ou ao que ocorreu antes? Sim, existe, mas, infelizmente, foi escrito muito mais tarde do que o Shu Jing, e, portanto, preenchido com material lendário. No Huainan- tzu, escrito no século 2 a.C., lemos a história de nu-wa (também pronunciado kua nu-), cujo nome soa muito como "Noé". Diz a história que, em tempos muito antigos, o mundo habitável foi separado, as águas inundaram a terra, sem ser interrompido, e os incêndios inflamaram sem serem extintos. "Portanto", diz o texto, "kua nu- fundindo pedras das cinco cores com as quais remendou o céu azul." Esta é talvez uma releitura distorcida da história do Dilúvio, mais de 2.000 anos depois de ter acontecido. As pedras de cinco cores pelo qual Nukua remendou os céus pode ser uma releitura lendária do arco-íris que Noé viu no céu depois do Dilúvio, que era para ser uma aliança entre Deus e a terra que Deus nunca mais destruiria pela água .
Seja ou não a lenda kua nu- foi baseado na história real do dilúvio de Noé, sabemos que os povos originários da China sabiam os fatos básicos sobre a criação do mundo. Sabemos disso porque esses fatos são definidos no texto do Sacrifício da Fronteira que citamos anteriormente. Como temos mostrado, o Sacrifício da Fronteira descreve a criação de uma forma muito semelhante ao livro do Gênesis.

Dr. John Morris aponta que muitos dos grupos linguísticos que migram de Babel "levaram consigo o conhecimento tecnológico que eles passaram a usar em suas novas pátrias. História documenta o fato de que várias das principais culturas passaram a existência aparentemente do nada mais ou menos ao mesmo tempo - egípcios, sumérios, fenícios, os índios, bem como os chineses - e cada um possuía uma curiosa mistura de verdade e pensamento pagão, como seria de esperar de povos apenas brevemente separados de Noé e seus ensinamentos, bem como a adoração dos astros - construindo a herética Pirâmide de Ninrode em Babel. "

5. Sobre a explicação evolutiva da origem do povo chinês


Agora que fomos tão longe em nosso exame da história chinesa à luz do Gênesis, algumas perguntas podem permanecer. Em primeiro lugar, pode-se objetar que, de acordo com cientistas seculares, os primeiros habitantes da China eram ancestrais hominídeos na verdade do homem. Cerca de trinta anos atrás geralmente se acreditava pelos evolucionistas que o ancestral hominídeo do homem chinês foi o Homo erectus asiático, também conhecido como "Homem de Pequim" ou Sinanthropus (significando homem da China). Sinanthropus teria vivido a cerca de um ou dois milhões de anos na China. Hoje, no entanto, alguns cientistas discordam que esta Sinanthropus é realmente um ancestral evolucionário do povo chinês de hoje. Na verdade, todo o campo da paleoantropologia está se tornando cada vez mais confuso com o passar do tempo. Os paleoantropólogos não podem concordar sobre a árvore evolutiva do homem, e os diferentes partidos, entre eles, têm brigas acaloradas sobre esta questão. Agora pensa-se geralmente que não há uma árvore evolutiva geral em relação ao homem, mas sim um confuso arbusto.

Se olharmos para os chamados ancestrais do homem, podemos ver que, em alguns casos, eles são macacos extintos e, em alguns casos, eles são seres humanos. Sinanthropus, cujos crânios foram encontrados na China, é um caso em questão. O que é isso Sinanthropus? Claramente, ele é um ser humano, provavelmente, um dos primeiros colonos na China após a dispersão em Babel. Ele não viveu dois milhões de anos atrás, o que é uma quantidade inconcebível de tempo. Em todo o mundo, a história humana registrada não começa antes de 2.400 aC, que é a data aproximada do Dilúvio. Os métodos de datação radiométrica que são usados ​​para obter idades de um milhão ou um bilhão de anos são baseadas em suposições não testáveis ​​e improváveis, como os cientistas que acreditam neles vão admitir. (Como uma indicação da natureza hipotética desses métodos, rochas conhecidas como tendo sido formada em erupções vulcânicas nos últimos 200 anos produziram datas radiométricas de até 3,5 bilhões de anos.)

Muitos cientistas seculares e mesmo evolucionistas hoje dizem que a distinção entre o Homo erectus e Homo sapiens (seres humanos) é artificial: Homo erectus, incluindo Sinanthropus, nada mais é do que um ser humano. Esta afirmação foi feita por paleoantropólogos, tanto no Ocidente quanto na China (como Wu Xin Zhi no Instituto de Paleoantropologia em Pequim).

O Professor William S. Laughlin (Universidade de Connecticut), ao estudar os esquimós e os Aleutas, observou muitas semelhanças entre estes povos e os Homo erectus asiáticos ,especificamente Sinanthropus (Homem de Pequim). Ele conclui seu estudo com uma declaração muito lógica:

"Quando descobrimos que diferenças significativas têm se desenvolvido, ao longo de um curto período de tempo, entre os povos estreitamente relacionados e contíguos, como no Alasca e Groenlândia, e quando se consideram as grandes diferenças que existem entre grupos remotos, como os esquimós e Bosquímanos, que são reconhecidos pertencendo dentro da espécie Homo sapiens, parece justificável concluir que o Sinanthropus estão dentro desta mesma diversidade de espécies. "


6. Dragões Chineses


Outra questão que surge é: Se, nós acreditamos que a partir do relato bíblico, a terra tem apenas vários milhares e não bilhões de anos de idade, e se Adão viveu apenas dois ou três mil anos antes da primeira dinastia chinesa, então como podemos explicar dinossauros, que supostamente se extinguiram setenta milhões de anos antes do primeiro homem aparecer na terra?

Este é um assunto muito fascinante para se discutir, especialmente em relação à China. E sobre dinossauros? Eram dinossauros na China? Os Dragões incensário, é claro, são retratados em todos os lugares na cultura chinesa. Mas estas são apenas criaturas lendárias, dirão alguns. Não mesmo. representações posteriores de dragões, com certeza, continha elementos de fantasia, porque eles foram produzidos por pessoas que não viram dragões, mas, apenas tinha ouvido falar sobre eles com os outros ou a partir de fontes históricas. Mas dragões viviam contemporaneamente com os seres humanos na história da China Antiga. Os dragões são descrito em alguns antigos anais chineses, e não como criaturas imaginárias, mas como animais vivos reais. É conhecido da história chinesa que certas partes e fluidos de dragão foram usados como medicamentos. E um relato histórico menciona até mesmo uma família chinesa que gerou dragões para ser usado como tração para o Carruagem Real durante as procissões imperiais!

O que os antigos chineses escreveram sobre dragões se encaixa com o que as pessoas antigas em todo o mundo tinha a dizer sobre eles. Em todas as culturas antigas do mundo, as pessoas escreviam sobre ver dragões ou matar dragões. Eles pintaram imagens de deles ou, no caso de algumas culturas da América Central, fizeram estátuas deles. Muitas das descrições históricas e representações de dragões coincidem precisamente com as características físicas de dinossauros conhecidos como Triceratops ou um Tiranossauro Rex. Eles não foram chamados dinossauros, em seguida, porque a palavra "dinossauro" não foi inventada até 1841 (a propósito, que foi inventado por um cientista cristão que acreditava no relato bíblico da criação).

Quando o exército de Alexandre, o Grande (356- 323 a.C.) passou por Índia, eles foram  ver um dragão vivo em uma caverna, que os indianos adoravam como um deus, trazendo-lhe comida sacrificial. Este é apenas um dos muitos relatos históricos dos dragões de lugares no mundo com excepção da China. Um dos Santos Padres da Igreja, São João Damasceno (674- 750 a.C.), escreveu sobre dragões como criaturas reais que ainda existiam em seu tempo em pequenos números. Quando as pessoas com um pensamento evolucionista leem tais coisas, eles automaticamente pensam neles como lendas. Mas é muito difícil explicar por que os povos de todo o mundo têm falado de dragões como, seres vivos reais. A partir dessas história de todo o mundo, sabemos que alguns dinossauros foram para a Arca com Noé (provavelmente como bebês). Há muitas evidências de que, depois do dilúvio, o clima e as condições da terra tornaram-se mais duras e, assim, os dinossauros tinham um tempo mais difícil para sobreviver (por isso o exército de Alexandre, o Grande viu um vivendo em uma caverna). Eles se espalharam por toda a terra, pois as pessoas da China à América do Sul falam de vê-los. Mas eles eram muito mais raros do que outras criaturas, e eles eventualmente morreram devido às novas condições da terra e também, sem dúvida, ao fato de que as pessoas mataram-los porque eles viam como uma ameaça.

Para os antigos chineses, dinossauros ou os dragões eram um símbolo de poder. Era natural que eles ficarem fascinado com eles e torná-los um assunto tão frequente de sua arte, por causa de todas as criaturas terrestres que já existiram, o que era maior e mais poderoso do que um dinossauro?

No livro de Jó, capítulo 40, Deus chama a atenção de Jó à sua grandeza, lembrando-lhe que Ele criou as grandes e poderosas criaturas da terra. E a criatura da terra que Deus menciona é um gigante, que tem uma cauda como um cedro. A descrição bíblica do gigante não corresponde com outra criatura que um dinossauro saurópode. Não só a história chinesa, mas mesmo provérbios chineses e o calendário lunar chinês, deixar claro que os chineses têm considerado dragões como criaturas tradicionalmente reais.

Aqui está uma história interessante, que indica que alguns dinossauros alados podem ter sobrevivido na China em tempos relativamente recentes. No final do século 19, um santo ortodoxo russo chamado St. Barsanúfio estava estacionado na Manchúria para pastorear os soldados russos durante a Guerra Russo-Japonesa. De lá, ele escreveu em seu diário:

"Aconteceu de eu ouvir de soldados que estão nos postos na estação Hantaza, quarenta milhas de Mullin, que há dois anos que muitas vezes viu-se um enorme dragão alado rastejar para fora de uma das cavernas das montanhas. Ele aterrorizava eles, e voltava a esconder-se nas profundezas da caverna. Eles ainda não o viram desde aquela época, mas isso prova que os contos de os chineses e japoneses sobre a existência de dragões não estão em todas as fantasias ou fábulas, embora tenhamos aprendido dos naturalistas europeus, e os nosso, juntamente com eles, negam a existência destes monstros. Mas, afinal, qualquer coisa pode ser negada, simplesmente porque ele não está à altura do nosso entendimento. "

Como mencionado anteriormente, o povo chinês é um dos mais histórica e tradicionalmente consciente. Portanto, não deve ser surpreendente que, de todos os povos, devem ser os únicos a manterem uma forte memória cultural dos dinossauros. Seus registros mostram que os dinossauros viveram ao lado do homem, e não em uma "era dos dinossauros" que termina a 70 milhões de anos, suporta ainda o relato bíblico da história do mundo.

7. Conclusão

Quando o mundo era habitado por grupos de pessoas que saem de Babel, alguns grupos retiveram mais a consciência da religião original de Adão e Noé, e alguns retidos menos consciência. Os chineses, como vimos, retiveram mais do que a maioria outras culturas. Eles mantiveram-lo até os tempos modernos o sacrifício imperial da fronteira. Além disso, com o grande valor que dão à história, eles preservaram o conhecimento do seu próprio passado, que corresponde no essencial da história do mundo ao que é dado na Bíblia Sagrada.

traduzido de http://www.orthodox.cn/localchurch/200406ancientcnhist_en.htm