quarta-feira, 15 de abril de 2015

Gênesis e o homem primitivo: o entendimento patrístico Ortodoxo Padre Serafim Rose - parte 1

Esta é uma resposta ao Dr. Alexander Kalomiros pelo padre Serafim Rose:


            Finalmente estou escrevendo minha réplica à sua carta sobre evolução.
            A questão da evolução é uma extremamente importante para Cristãos Ortodoxos, pois nela estão envolvidas muitas questões que afetam diretamente nossa doutrina e perspectiva Ortodoxas: o valor relativo de ciência e teologia, de filosofia moderna e ensinamento patrístico; a doutrina do homem (antropologia); nossa atitude frente aos escritos dos santos Padres (nós realmente levamos a sério seus escritos e tentamos viver por eles, ou acreditamos antes de tudo na moderna “sabedoria”, a sabedoria do mundo, e aceitamos o ensinamento dos santos Padres apenas se harmoniza com essa “sabedoria”?); nossa interpretação das Santas Escrituras, e especialmente do livro do Gênesis. No que segue, vou tocar em todos esses assuntos.

Uma definição clara

            Muitas das discussões entre “evolucionistas” e “antievolucionistas” são inúteis, por uma razão básica: usualmente eles não estão argumentando sobre a mesma coisa. Cada um deles significa uma coisa quando ouve a palavra “evolução”, e o outro significa alguma outra coisa; e eles argumentam em vão porque não estão nem mesmo falando sobre a mesma coisa. Portanto, a fim de ser preciso, vou dizer-lhe exatamente o que significo pela palavra “evolução”, que é o significado que ela tem em todos os livros de evolução. Mas primeiro eu devo mostrar-lhe que em sua carta você usou a palavra “evolução” para significar duas coisas inteiramente diferentes, mas você escreve como se fossem a mesma coisa. Você falhou aqui em distinguir entre fato científico e filosofia.

A. Você escreve: “Os primeiros capítulos da Santa Bíblia são nada mais além da história da criação progredindo e sendo completada no tempo. (...) A criação não veio a ser instantaneamente, mas seguiu uma seqüência de aparecimentos, um desenvolvimento em seis ‘dias’ diferentes. Como podemos chamar esse progresso da criação no tempo senão evolução?”.
Eu respondo: tudo que você diz é verdadeiro, e, se você deseja, pode chamar esse processo da criação de “evolução” – mas não é sobre isso a controvérsia acerca da evolução. Todos os livros científicos definem evolução como uma teoria específica concernindo COMO criaturas vieram a ser no tempo: por meio da transformação de um tipo de criatura em outro, “formas complexas sendo derivadas de formas mais simples”, num processo natural levando incontáveis milhões de anos. (Storer, “Zoologia Geral”) Adiante, quando você fala sobre a “fera evoluída” Adão, revela que você acredita nessa teoria científica específica também. Eu espero mostrar-lhe que os santos Padres não acreditavam nessa teoria científica específica, muito embora este certamente não seja o aspecto mais importante da doutrina da evolução, a qual está mais fundamentalmente em erro concernindo à natureza do homem, como vou mostrar abaixo.

B. Você diz: “Nós todos viemos a ser por evolução no tempo. No útero de nossa mãe, cada um de nós foi a princípio um organismo unicelular (...) e finalmente um homem perfeito”. É claro que todo mundo acredita nisso, quer seja um “evolucionista” ou um “antievolucionista”. Mas isso nada tem a ver com a doutrina da evolução que está sendo discutida.

C. Novamente você diz: “Adão foi de qual raça, branco, negro, vermelho ou amarelo? Como nos tornamos tão diferentes uns dos outros quando somos descendentes de um único casal? Não é essa diferenciação do homem em diferentes raças um produto da evolução?”.
Eu respondo de novo: Não, isso não é o que a palavra “evolução” significa! Há muitos e muitos livros na língua inglesa que discutem a questão da evolução de um ponto de vista científico. Talvez você não saiba que muitos cientistas negam o fato da evolução (significando a derivação de todas as criaturas existentes pela transformação de outras criaturas), e muitíssimos cientistas afirmam que é impossível saber pela ciência se a evolução é verdadeira ou não, porque não há qualquer evidência que possa conclusivamente prová-la ou desprová-la. Se você quiser, numa outra carta posso discutir com você a “evidência científica” para a evolução. Eu asseguro-lhe que, se você olhar essa evidência objetivamente, sem qualquer preconcepção sobre o que encontrará nela, você descobrirá que não há uma peça de evidência para a evolução que não possa igualmente ser explicada por uma teoria de “criação especial”. Por favor, esteja muito claro que não estou dizendo que eu possa desprovar a teoria da evolução pela ciência; eu estou apenas dizendo que a teoria da evolução não pode nem ser provada nem desprovada pela ciência. Aqueles cientistas que dizem que a evolução é um “fato” estão na verdade interpretando os fatos científicos de acordo com uma teoria filosófica – aqueles que dizem que a evolução não é um fato estão do mesmo modo interpretando a evidência de acordo com uma diferente teoria filosófica. Por pura ciência sozinha não é possível conclusivamente provar ou desprovar o “fato” da evolução. Você também devia saber que muitos livros têm do mesmo modo sido escritos sobre “as dificuldades da teoria evolucionária”. Se você quiser, ficarei feliz em discutir com você algumas dessas dificuldades, que parecem ser totalmente inexplicáveis se a evolução é um “fato”.

Desenvolvimento, não evolução

            Quero deixar muito claro para você: eu absolutamente não nego o fato de mudança e desenvolvimento na natureza. Que um homem adulto cresce de um embrião; que uma grande árvore cresce de uma pequena bolota; que novas variedades de organismos são desenvolvidas, sejam as “raças” de homem ou diferentes tipos de gatos e cães e árvores frutíferas – mas tudo isso não é evolução: isso é apenas variação dentro de uma espécie ou tipo definido; isso não prova nem mesmo sugere (a não ser que você já acredite nisso por razões não-científicas) que um tipo ou espécie desenvolva em outro e que todas as criaturas presentes sejam o produto de um tal desenvolvimento de um ou poucos organismos primitivos. Eu creio que este seja claramente o ensinamento de São Basílio o Grande no Hexaemeron, como vou agora apontar.

            Na Homilia V, 7 do Hexaemeron, São Basílio escreve:
Que ninguém, portanto, que está vivendo no vício, desespere de si mesmo, sabendo que, como a agricultura muda as propriedades das plantas, assim a diligência da alma na busca da virtude pode triunfar sobre toda sorte de enfermidades.

            Ninguém, “evolucionista” ou “antievolucionista”, negará que as “propriedades” das criaturas podem ser modificadas; mas isso não é prova da evolução a não ser que possa ser mostrado que um tipo ou espécie pode ser modificado em outro, e ainda mais que toda espécie muda em outra numa corrente ininterrupta desde o mais primitivo organismo. Vou mostrar abaixo o que São Basílio diz sobre esse assunto.

            Novamente São Basílio escreve (Hexaemeron, V, 5):
Como então, dizem, a terra produz sementes do tipo particular, quando, após semear grão, freqüentemente colhemos esse trigo negro? Isso não é uma mudança para um outro tipo, mas como se fosse alguma doença e defeito da semente. Isso não deixou de ser trigo, mas foi feito negro por queimação.

            Essa passagem pareceria indicar que São Basílio não acredita numa “mudança para um outro tipo” – mas eu não aceito isso como prova conclusiva, já que desejo saber o que São Basílio realmente ensina, e não minha própria interpretação arbitrária de suas palavras. Tudo que pode realmente ser dito dessa passagem é que São Basílio reconhece algum tipo de uma “mudança” no trigo a qual não é uma “mudança para um outro tipo”. Esse tipo de mudança não é evolução.

            Novamente São Basílio escreve (Hexaemeron, V, 7):
Certos homens já observaram que, se pinheiros são cortados e queimados, eles são mudados em florestas de carvalhos.

            Essa citação realmente não prova nada, e eu a uso apenas porque ela foi usada por outros para mostrar que São Basílio acreditava (1) que um tipo de criatura verdadeiramente modifica num outro (mas eu vou mostrar abaixo o que São Basílio de fato ensina sobre esse assunto); e (2) que São Basílio cometeu erros científicos, já que essa afirmação é inverídica. Aqui devo afirmar uma verdade elementar: a ciência moderna, quando lida com fatos científicos, decerto usualmente sabe mais que os santos Padres, e os santos Padres podem facilmente cometer erros de fatos científicos; não são fatos científicos o que procuramos nos santos Padres, mas verdadeira teologia e a verdadeira filosofia que é baseada na teologia. Ainda assim, neste caso particular acontece que São Basílio está cientificamente correto, porque muitas vezes de fato acontece que numa floresta de pinheiros haja um forte subcrescimento de carvalho (a floresta na qual vivemos, na verdade, é um tipo similar de floresta mista de pinheiro e carvalho), e quando o pinheiro é removido por queimada, o carvalho cresce rapidamente e produz a mudança de uma floresta de pinheiros numa de carvalhos em 10 ou 15 anos. Isso não é evolução, mas um tipo diferente de mudança, e agora vou mostrar que São Basílio não poderia ter acreditado que o pinheiro fosse verdadeiramente transformado ou evoluído num carvalho.



            Vejamos agora o que São Basílio acreditava sobre a “evolução” ou “fixação” das espécies. Ele escreve:
Não há nada mais verdadeiro que isto, que cada planta tem semente ou há nela algum poder gerativo. E isso explica a expressão “segundo sua espécie”. Pois o broto do junco não é produtivo de uma oliveira, mas do junco vem um outro junco; e das sementes brotam plantas relacionadas com as sementes plantadas. Assim, o que foi produzido pela terra em sua primeira geração tem sido preservado até o tempo presente, já que as espécies persistiram através de constante reprodução. (Hexaemeron, V, 2)

            Novamente, São Basílio escreve:
A natureza dos objetos existentes, postos em movimento por um comando, passa através da criação sem mudança, por geração e destruição, preservando a sucessão da espécie através da semelhança até atingir o extremo fim. Gera um cavalo como sucessor de um cavalo, um leão de um leão, e uma águia de uma águia; e continua a preservar cada dos animais por ininterruptas sucessões até a consumação do universo. Nenhuma duração de tempo faz com que as específicas características dos animais sejam corrompidas ou extintas, mas, como se estabelecida recentemente, a natureza, sempre fresca, vai em frente com o tempo. (Hexaemeron, IX, 2)

            Parece bastante claro que São Basílio não acreditava que um tipo de criatura fosse transformado num outro, muito menos que toda criatura agora existente tivesse evoluído de alguma outra criatura, e daí para trás até o mais primitivo organismo. Essa é uma idéia filosófica moderna.
            Devo dizer-lhe que não considero essa questão como sendo de particular importância em si mesma; eu devo discutir abaixo outras questões muito mais importantes. Se fosse realmente um fato científico que um tipo de criatura pudesse ser transformado num outro tipo, eu não teria dificuldade em acreditar nisso, já que Deus pode fazer qualquer coisa, e as transformações e desenvolvimentos que podemos ver agora na natureza (um embrião tornando-se homem, uma bolota tornando-se um carvalho, uma lagarta tornando-se uma borboleta) são tão espantosos que se poderia facilmente acreditar que uma espécie poderia “evoluir” numa outra. Mas não há prova científica conclusiva de que tal coisa tenha alguma vez acontecido, muito menos de que essa seja a lei do universo, e de que tudo vivendo agora derive ultimamente de algum organismo primitivo. Os santos Padres bastante claramente não acreditavam em qualquer teoria dessa – porque a teoria da evolução não foi inventada até os tempos modernos. Ela é um produto da moderna mentalidade Ocidental, e, se você quiser, posso mostrar-lhe mais tarde como essa teoria desenvolveu junto com o curso da filosofia moderna de Descartes em diante, muito antes de ter havido qualquer prova científica para ela. A idéia de evolução é inteiramente ausente do texto do Gênesis, de acordo com o qual cada criatura é gerada “segundo sua espécie”, não “uma mudando em outra”. E os santos Padres, como mostrarei abaixo em detalhes, aceitavam o texto do Gênesis bastante simplesmente, sem ler nele quaisquer “teorias científicas” ou alegorias.
            Agora você entenderá por que eu não aceito suas citações de São Gregório de Nissa sobre a “ascensão da natureza do menor ao perfeito” como uma prova da evolução. Eu acredito, como a sagrada Escritura do Gênesis relata, que houve de fato uma criação ordenada em degraus, mas em lugar nenhum no Gênesis ou nos escritos de São Gregório de Nissa é afirmado que um tipo de criatura foi transformado num outro tipo, e que todas as criaturas vieram a ser dessa maneira! Eu discordo muito de você quando diz: “A criação é descrita no primeiro capítulo do Gênesis exatamente como a ciência moderna a descreve”. Se por “ciência moderna” você significa ciência evolucionária, então eu creio que você está enganado, como indiquei. Você cometeu um erro por assumir que o tipo de desenvolvimento descrito no Gênesis, em São Gregório de Nissa e noutros Padres, é o mesmo que aquele descrito pela teoria da evolução; mas tal coisa não pode ser assumida ou tomada por certa – você deve prová-la, e vou alegremente discutir com você mais tarde a “prova científica a favor ou contra a evolução”, se você quiser. O desenvolvimento da criação de acordo com o plano de Deus é uma coisa; a teoria moderna científica (mas, na verdade, filosófica) que explica aquele desenvolvimento pela transformação de um tipo de criatura em outro, começando por um ou poucos organismos primitivos, é uma coisa muito diferente. Os santos Padres não sustentavam essa teoria moderna; se você puder me mostrar que eles sustentavam tal teoria, ficarei contente em escutá-lo.
            Se, por outro lado, por “ciência moderna” você significar a ciência que não se vincula à teoria filosófica da evolução, eu ainda discordo de você; e vou mostrar abaixo por que acredito, de acordo com os santos Padres, que a ciência moderna não pode atingir absolutamente nenhum conhecimento dos Seis Dias da Criação. Em qualquer caso, é muito arbitrário identificar as camadas geológicas com “períodos da criação”. Há numerosas dificuldades no caminho dessa ingênua correspondência entre Gênesis e ciência. A “ciência moderna” realmente acredita que a grama e as árvores da terra existiram num longo período geológico antes da existência do sol, o qual foi criado somente no Quarto Dia? Creio que você esteja cometendo um sério erro em vincular sua interpretação da Santa Escritura com uma particular teoria científica (absolutamente não um “fato”). Eu creio que nossa interpretação da Santa Escritura não deva ser vinculada a nenhuma teoria científica, nem “evolucionária” nem qualquer outra. Aceitemos antes as Santas Escrituras como os santos Padres nos ensinam (sobre o que escreverei abaixo), e não especulemos sobre o como da criação. A doutrina da evolução é uma moderna especulação sobre o como da criação, e em muitos respeitos contradiz o ensinamento dos santos Padres, como devo mostrar abaixo.
            É claro que eu aceito suas citações de São Gregório de Nissa; eu encontrei outras semelhantes a elas em outros santos Padres. Eu certamente não vou negar que nossa natureza é parcialmente uma natureza animal, nem que estamos vinculados ao todo da criação, que é decerto uma maravilhosa unidade. Mas tudo isso tem nada que seja a ver com a doutrina da evolução, aquela doutrina a qual é definida em todos os livros como a derivação de todas as criaturas presentemente existentes de uma ou mais criaturas primitivas através de um processo da transformação de uma espécie ou tipo em outro.
            Mais além, você devia perceber (e agora começo a aproximar os importantes ensinamentos dos santos Padres sobre esse assunto) que São Gregório de Nissa ele mesmo bastante explicitamente não acreditava em nada como a moderna doutrina da evolução, pois ele ensina que o primeiro homem, Adão, foi de fato criado diretamente por Deus e não foi gerado como todos os outros homens.

Em seu livro Contra Eunomius, ele escreve:
O primeiro homem, e o homem nascido dele, receberam seu ser de um jeito diferente; o último por cópula, o anterior do molde de Cristo, Ele próprio; e ainda, apesar de serem assim acreditados serem dois, eles são inseparáveis na definição de seu ser, e não são considerados como dois seres. (...) A idéia de humanidade em Adão e Abel não varia com a diferença de sua origem, nem a ordem nem a maneira de sua vinda à existência fazendo nenhuma diferença em sua natureza. (Contra Eunomius, I, 34)
           
E novamente:
Aquele que raciocina, e é mortal, e é capaz de pensamento e conhecimento, é chamado homem igualmente no caso de Adão e de Abel, e esse nome da natureza não é alterado nem pelo fato de que Abel passou para a existência por geração, nem pelo fato de que Adão o fez sem geração. (Resposta a Eunomius, Segundo Livro, p. 299 na edição inglesa Eardmans)

            É claro que eu concordo com o ensinamento de Santo Atanásio que você cita, que “o homem criado primeiro foi feito de pó como todos, e a mão que criou Adão então, está criando agora também e sempre aqueles que vêm depois dele”. Como pode alguém negar essa óbvia verdade da contínua atividade criativa de Deus? Mas essa verdade geral absolutamente não contradiz a verdade específica de que o primeiro homem foi feito de um jeito diferente de todos os outros homens, como outros Padres também claramente ensinam. Assim São Cirilo de Jerusalém chama Adão “homem formado primeiro por Deus”, mas Caim “o homem nascido primeiro” (Aulas Catequéticas, II, 7). Novamente ele ensina claramente, discutindo a criação de Adão, que Adão não foi concebido de um outro corpo: “Que, de corpos, corpos devem ser concebidos, mesmo se maravilhoso, é, todavia, possível; mas que o pó da terra deva tornar-se um homem, isso é mais maravilhoso” (Aulas Catequéticas, XII, 30).

 Ainda novamente, o divino Gregório o Teólogo escreve:
Eles que fazem naturezas Geradas e Não-geradas de Deuses equívocos talvez fizessem Adão e Set diferir em natureza, já que o primeiro não nasceu de carne (pois ele foi criado), mas o outro nasceu de Adão e Eva. (Oração das Santas Luzes, XII).

E o mesmo Padre diz ainda mais explicitamente:
O que é de Adão? Não foi ele sozinho a criatura direta de Deus? Sim, você dirá. Foi ele então o único ser humano? De jeito nenhum. E por que, senão porque humanidade não consiste em criação direta? Pois aquilo que é gerado é também humano. (Terceira Oração Teológica, Sobre o Filho, cap. XI).

E São João Damasceno, cuja teologia dá concisamente o ensinamento de todos os Padres anteriores, escreve:
A primordial formação (do homem) é chamada criação e não geração. Pois criação é a formação original às mãos de Deus, enquanto geração é a sucessão de cada outro, feita necessária pela sentença de morte imposta a nós por conta da transgressão. (Da Fé Ortodoxa, II, 30).

E o que é de Eva? Você não acredita que, como a Escritura e os santos Padres ensinam, ela foi feita da costela de Adão e não nasceu de alguma outra criatura? Mas São Cirilo escreve:
Eva foi gerada de Adão, e não concebida de uma mãe, mas como fosse procriada do homem sozinho. (Aulas Catequéticas, XII, 29).

E São João Damasceno, comparando a Santíssima Mãe de Deus com Eva, escreve:
Assim como esta foi formada de Adão sem conexão, assim também aquela deu à luz o novo Adão, que foi dado à luz de acordo com as leis do parto e acima da natureza da geração. (Da Fé Ortodoxa, IV, 14).

            Seria possível citar outros santos Padres sobre esse assunto, mas não o farei a menos que você questione esse ponto. Mas com tudo dessa discussão eu ainda não cheguei às mais importantes questões levantadas pela teoria da evolução, e então agora devo voltar-me para algumas delas.


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