Ó LUZ JUBILOSA
traduzido de
Christ The Alpha and Omega, Bishop Athanasius Yevtich.
traduzido de
Christ The Alpha and Omega, Bishop Athanasius Yevtich.
Ó
Luz jubilosa da Santa Glória do Pai Celeste e Imortal,
Santo e Bem-aventurado, Senhor Jesus Cristo!
Chegados ao pôr-do-sol contemplando a Luz Vespertina, cantamos
ao
Pai, ao Filho e ao Espírito Santo de Deus.
É justo que em todo tempo, sejas louvado por
vozes puras,
Ó Filho de Deus, Doador da vida! Todo
universo te glorifica!
Esse hino de inspiração divina, “Ó
Luz Jubilosa” (Φῶς Ἱlarόn, Svete Tikhy), que nós cantamos todos os
dias nas Vésperas[1] e que
nossa Igreja canta em todos os ofícios vespertinos, é um hino vespertino
sagrado do início da Igreja Cristã do Oriente. São Basílio, o Grande, Arcebispo
de Cesárea e de toda a Capadócia (parte central do sudeste da Ásia Menor),
chama esse hino a “primeira ação-de-graças vespertina” (ἐpilύcnioς eὐcariotίa).
Ele também cita esse hino dos primeiros cristãos no seu renomado trabalho On the Holy Spirit (capitulo 29), onde
ele escreveu sobre a Sagrada Tradição dos primórdios da Igreja Cristã Oriental,
que claramente testifica a fé dada por Deus no Divino Espírito Santo. São
Basílio menciona que esse mesmo hino era cantado por um dos primeiros mártires
por Cristo que eram destas regiões da Capadócia e Síria. Segundo uma tradição
antiga, que é mencionada por São Basílio, este hino é atribuído ao Santo
Hieromártir Athenogenes, que, com seus discípulos, era martirizado por Cristo
durante o reinado de Diocleciano (no começo do quarto século) em 16 de Julho,
na cidade armena de Sebaste próxima da Capadócia. São Athenogenes era tido em
alta estima na Capadócia, e sua imagem é frequentemente pintada nos ícones nas
igrejas capadócias e entalhado em pedra, conforme temos visto. Os sinais do martírio
por Cristo, que continuam nos nossos dias, também são evidencias dessas
igrejas.
Eu continuarei a citar São Basílio,
que veio dessa região e posteriormente se tornou o arcebispo da viva Igreja de
Cristo neste mundo. Em algum lugar ele declarou que ele mesmo não sabia quem é
“o pai dessas palavras vespertinas de gratidão” a Deus. Ele passa a mencionar o
hino como do bem conhecido mártir, São Athenogenes. Este hino era um hino
vespertino tão bom, que São Athenogenes havia cantado para Deus na presença de
seus discípulos como uma saída (ἐxitήrion) desta vida e deste mundo –
“atravessando o fogo em direção ao fim (teleίwsin)”, a saber, indo voluntariamente para o ardente
martírio por Cristo, para a perfeição (teleίwsin)
em Cristo.
Em todo caso, quem quer que seja o
autor do hino “Ó Luz Jubilosa”, é absolutamente certo que esse é um antigo hino
cristão do segundo século – ou, mais recente, do terceiro – na vida da Igreja
Ortodoxa Oriental (o papiro Oxyrhynchos 178b cita indiretamente este hino). São
Basílio mesmo disse que este hino foi passado para os primeiro cristãos “por
nossos pais”, e é conhecido que seus pais e antepassados eram os cristãos
mártires na grande perseguição na Capadócia e Pontus. Em relação a mesmo
assunto, o Santo Pai Capadócio acrescenta o seguinte: “nossos pais não consideravam
sábio esperar essa jubilosa luz vespertina em silencio (tὴn cάrin
toῦ ἐsperiv noῦ fwtός - a agradável natureza
e beleza do pôr-do-sol), porém, tão logo quanto aparecia, começavam dando
graças a Deus” para a pacífica e jubilosa luz do poente. Durante o tempo de São
Basílio o povo cristão da capadócia e todo o Leste cantavam este hino todo
anoitecer: “Todo o povo canta nosso antigo tom”, que, eles todos cantavam esse
antigo hino juntos para a glória da Luz Jubilosa, ou, mais exatamente, para a
glória do Criador da luz: Deus Pai, Cristo o Filho de Deus e Deus o Espírito
Santo, como nosso hino declara e como nós veremos mais adiante.
No seu conteúdo e inspiração, o hino
vespertino “Ó Luz Jubilosa” é uma explícita expressão poética do espírito da
primeira Cristandade Ortodoxa Oriental. Era cantado para glorificar Deus no
anoitecer, no pôr-do-sol, na hora em que uma agradável e jubilosa luz propaga
sobre nossa mãe terra conforme o dia caminha para o seu fim e o anoitecer é
anunciado, e, seguindo a noite, um novo dia amanhece. Um prazer sereno, uma
melancolia, mas, uma experiência da luz igualmente otimista dos primeiros
cristãos, do mundo visível e da vida em geral como um grande presente de Deus
para nós em Jesus Cristo ,
o Filho de Deus, é característico desse hino. Nesse hino, o mundo é
experenciado como uma magnífica criação de Deus, cheio de luz, através do que a
presença e ação de Deus é tangivelmente sentida. Devemos ressaltar aqui que os primeiros
cristãos, e nós, também, seguindo seus passos e junto com eles, experimentamos
todo o mundo – e essa luz visível em particular – num caminho diretamente
físico, com nossos sentidos, que está ligado à alma assim como ao corpo. Ao
mesmo tempo nós experimentamos essa luz analogicamente – ou, para ser mais exato,
mistagogicamente – como meio de edificar e guiar o homem desse mundo para o
Deus Trinitário, do universo visível para o invisível, o espiritual Reino do
Céu.
Por isso, o início do hino procede
da natureza, da luz física do princípio do anoitecer, que mostrou que os
primeiros cristãos eram observadores, e que eles observavam a beleza da
natureza visível ao redor deles – pois, a natureza, como a humanidade, são obras
do Deus Criador. Essa foi uma visão compartilhada pelos Hebreus na Bíblia e era
também compartilhada pelos Anciões Gregos[2].
Os primeiros cristãos experienciavam
a natureza como um poema (poίhma) – a
criação do Deus Vivo e Verdadeiro (como o Bispo Njegosh afirmou: “Deus é
ocupado com uma criativa poesia”). Deste modo, os cristãos tinham sempre visto
na natureza, bem como através da natureza, Deus o Criador da natureza, que é o
maior Poeta, e por isso eles tinham glorificado-O por todo o esplendor da
natureza[3].
Certamente, eles glorificavam Deus pela luz em particular, que tem sido sempre
ainda é até hoje um dos mais atrativos mistérios de nosso mundo visível. Apesar
de tudo, a natureza é afinal luz. Era visto como tal pelos primeiros cristãos,
e depois deles pela hesicástica ortodoxa; e isso é visualizado similarmente
pela ciência moderna. Macrofísica e microfísica apontam tudo para a luz e reduzem
tudo a luz, da mesma forma que as primeiras palavras da Bíblia dizem: “Deus
disse: ‘Haja luz’, e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a
luz das trevas”. (Gen. 1:3-4).
Por isso que, dessas palavras
iniciais, nosso hino “Ó Luz Jubilosa” chama atenção, para a luz, que é
magnífica, belíssima, e o elemento mais profundo da natureza visível que nos
rodeia. Esse hino sagrado em particular enfatiza a gentil e silenciosa luz pôr-do-sol, que sempre
deixa um pouco uma impressão mística, e tem mesmo um efeito mistagógico, para
indicar seu raio ameno, revela e também dissimula o Outro-mundo e a Nova
Aurora.
Nosso hino, portanto,
indubitavelmente tem uma característica cosmológica, e essa característica é
bíblica e Ortodoxa. Nessas considerações, a experiência do mundo bíblica e da
Igreja no Antigo e Novo Testamento é intimamente relacionada à experiência
humana na Antigüidade.
Contudo, existe uma diferença
fundamental entre os dois no que diz respeito a sua opinião da natureza, que é
entre os primeiros Cristãos e a subseqüente geração de verdadeiros Cristãos por
um lado, e o povo do período clássico da história e a atual civilização
Ocidental do outro. O homem tanto do período clássico como do moderno admira a
natureza; contudo, ele freqüentemente a cultua e deifíca, particularmente a luz
do sol e das estrelas. Isso é bom, portanto, para familiarizar com o culto
pagão do “Sol Invencível” (solus invictus)[4].
Os Cristãos rejeitaram toda forma de “fisiolatria” e idolatria, i.e., o culto
da natureza, por eles confessado, reconhecia, e liturgicamente venerava o Deus
Vivo e Verdadeiro somente, Que tinha revelado e anunciado o Santo Unigênito
Filho de Deus – o Homem-Deus Jesus Cristo (cf. João 1:14,18). Essa rejeição radical
dos primeiros Cristãos de todos os outros cultos exceto a adoração do Deus Vivo
e Verdadeiro freqüentemente os conduzia para o próprio martírio. Isso,
portanto, não preveni os Cristãos da influência natural na alta relação com o
trabalho de Deus, e observando e reverenciando tudo na natureza, e a luz em
particular, como a compreensão da Providencia Divina, como o lugar da presença
e trabalho do Deus Vivo, O Onipresente. Depois disso, esses cristãos
consideravam o mundo ser sua casa – a “Casa de Deus” – e como tal eles queriam
isso, ou deixar o mundo nas mãos do demônio ou de outro pseudo-deus nessa terra
ou debaixo dos céus. Portanto, em vez da “cosmolatria”
do período grego e romano clássico ou de tempo mais recentes – i.e., a cósmica
ou panteística mística pseudo-religiosa – os primeiros cristãos possuindo uma
sadia, cosmologia ortodoxa, uma
correta cosmologia porque eles consideravam e o universo inteiro como o
trabalho de Deus em Cristo – o Logos e Salvador de todo o cosmos.
A Bíblia é a fonte inspiradora do
hino “Ó Luz Jubilosa”, que contêm elementos bíblicos que são o corpo poético e
teológico, tal como os Salmos e os hinos bíblicos proféticos. O hino começa com
a visão e a experiência da jubilosa, agradável, silenciosa luz anterior ao
nascer do sol, que é um trabalho das mãos do Criador do mundo e da luz. Contudo,
não importa quão bonito e agradável que a primeira luz do cair da noite seja,
os pensamentos e o coração do início do cristianismo eram levados imediatamente
a promover e aprofundar: para a Verdadeira Luz do mundo que é Cristo (cf. João
1:4-9, 8:12). O ponto inicial dos primeiros poetas cristãos era, por isso, o
fenômeno natural – quão bela, serena e jubilosa brilha a luz do crepúsculo e do
amanhecer! Nisso, eles imediatamente notavam a imagem da realidade divina e da
personificação da Verdade Cristã: como Cristo, o Filho de Deus, vem e brilha no
mundo como a Jubilosa Luz, como a “Luz
jubilosa da santa glória do Pai celeste e imortal, santo e bem-aventurado”.
O paralelo analógico é evidente em
nosso hino: por um lado uma luz serena, jubilosa e natural propaga sobre o
horizonte ocidental, que nos mostra a beleza, a glória quase santificada do
nascer do sol e evoca sentimentos agradáveis e de gratidão; de outro lado, é
presente uma forte nostalgia cristã – ou, mais precisamente, o original,
primeiro amor por Cristo, a original escatológica fé e esperança em Cristo, que
compõe a plenitude do interior cristão (plhpofpίa pollῆ), i.e., a realização ativa da vívida e manifesta presença e testemunho do Espírito Santo no
coração (cf. I Cor. 1:6; Heb. 6:11, 10:22), que conduz de uma beleza inferior e
de uma experiência sensual limitada para edificante Realidade. O Espírito Santo
leva para uma experiência de infinita Beleza, que tem um conteúdo divino: o
encontro com Jesus Cristo, cujo Nome – tão querido pelos primeiros cristãos,
que avidamente encontravam a morte por Sua causa (cf. Atos 5:41, 15:26) – é
repetido nesse hino em cada das três estrofes.
Nosso poeta glorifica esse Nome no
final da primeira estrofe e retorna em cada estrofe subseqüente, em cada
momento com um novo aspecto e um novo conteúdo. Essa alusão a Jesus Cristo, o
Filho de Deus, em todas as estrofes demonstra que nosso hino, além do seu
aspecto cosmológico, indubitavelmente tem um econômico (i.e., pertencendo a
vida familiar) e um aspecto soteriológico também. Isso é porque o hino inclui a salvação providencial de Cristo do
mundo e da humanidade em sua glorificação e em suas orações de Deus o Criador. De
nenhuma forma renuncia ou revoga a existência do mundo, criado por Deus; ao
contrário, indica que é realmente através de Cristo que o mundo é
transfigurado, alegrado, e dado seu significado eterno. Nós veremos mais tarde
que a experiência soteriológica de nosso poeta é realmente seu ponto de partida
em sua percepção do mundo e em sua glorificação a Deus, o Doador da Luz[5].
Segundo este poeta do inicio do
cristianismo, essa natural, jubilosa, vespertina luz simplesmente nos faz
lembrar os cristãos de Cristo, o Filho de Deus e Salvador, como a verdade, a
eterna e não-criada Luz Jubilosa da sagrada e divina glória do imortal Deus Pai
(e não apenas simplesmente desse visível e frágil sol). Nosso poeta então
caracteriza Deus Pai com outros atributos (que pode não conter necessariamente
a perspectiva do pôr-do-sol): Divino, Santo e Bem-aventurado. Que nesse epíteto
claramente derivado da Bíblia, nosso poeta – junto com os primeiros cristãos e
conosco, os indignos cristãos contemporâneos – demonstra amor, ou infinita
reverência e gratidão ao Pai das LUZES (ό Patή tῶn FWTWN -
no plural, da Epístola de São James 1:17), por tudo que Ele é e por tudo
que Ele tem nos dado: pela luz e santidade, amor e bem-aventurança, nossa
existência e vida; pelo Seu ato de criação e Sua Providência; por todas as
outras dádivas naturais e sobrenaturais e todas as coisas boas; e acima de tudo
pelo bem-aventurado Reino do Céu. Nós
damos justos e grandes agradecimentos para o Divino Pai por uma incomparavelmente
grande e muito mais significativa dádiva para o mundo criado e a humanidade:
Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, o Doador da Vida e o Salvador, Que é a Luz, Majestade
e o Esplendor da eterna Glória,
Santidade, e Bem-aventurança do Pai (cf. Heb. 1:3, 5:1; I Tim. 6:16; João
12:46). Nós podemos livremente declarar que, por nosso poeta do início do
cristianismo, começa com a perfeita primeira estrofe de seu poema, teologia
determina a cosmologia e não vice versa, como veremos mais adiante.
Na primeira estrofe nós também somos
capazes de detectar uma visão hesicástica do mundo criado e do divino, mundo
não-criado; uma visão que, indubitavelmente, é fruto da bíblia, prática e
experiência hesicástica[6].
Especialmente, a luz visível é a “glória” de nosso sol. O sol nos revela ele
mesmo através do brilho de sua luz e nós nos tornamos participantes disso, quer
dizer, de sua luz. Essa ilustração e experiência do mundo material nos levam a
uma genuína, experiência da
graça-consumada cristã. Cristo é
a Luz Divina e a Glória do Pai, e, como tal, Ele revela para nós o Pai Celeste
na Sua Glória, Luz e Santidade, e faz nos participantes desses luminosos,
deificantes e divinos atributos, da energia divina ou graça (cf. II Cor. 4:6;
II Pedro 1:3-4).
É interessante notar que nosso poeta
primeiro menciona o nome “Jesus Cristo” na abertura da estrofe, e só depois
menciona o nome “Filho de Deus”. Embora eles sejam realmente sinônimos, nós
somos quase certos que o poeta expressava ele mesmo essa forma porque seu ponto
de partida não era cosmológico, nem sequer teológico, mas bastante soteriológico. O poeta, sendo um
cristão, começa pelo Evangelho, o Novo Testamento, e com o saber dos primeiros
cristãos e a experiência da salvação
em Cristo, a prova real e pessoal, o sabor da graça da salvação e da nova vida
com Deus em Cristo através da ação do Espírito Santo na Igreja e nos corações
dos fiéis. É do saber e da experiência soteriológica que ele reconhece a Divina
Luz Jubilosa do Eterno Sol da
Verdade. Esse reconhecimento não ocorre sozinho através da luz jubilosa do
anoitecer, mas também através do Jesus Cristo histórico. Em Jesus Cristo ele
reconhece o Sol de Deus, como ele dirigiria a Ele na estrofe subseqüente. Os
primeiros cristãos observavam e mensuravam tudo ao redor deles – a luz do
amanhecer e do anoitecer, dia e noite, vida e morte, natureza e meta-natureza,
tempo e eternidade – de acordo com a nova visão que eles tinham adquirido
depois experenciado em seus corações e vidas o saber da graça-consumada da
glória de Cristo o Salvador, que é dado como um presente de Deus, o Espírito
Santo, que revela Cristo como Senhor e Deus para nós (cf. I Cor. 12:3; Gal.
4:6, etc.). Por isso, nós podemos expressar na linguagem teológica ortodoxa
que, não é apenas cosmológica, mas também teológica (verdadeiramente cristológica
nesse caso) tem a soteriológica como ponto de partida. Isso é totalmente no
espírito da primeira cristandade e de qualquer experiência cristã autentica.
Isso também é uma razão adicional e prova que nosso hino é trabalho de um
mártir do inicio da cristandade. Este era exatamente o caminho, tem sido o
caminho, e o é caminho que permanece em nossos dias: a experiência dos mártires
cristãos do início da cristandade e a experiência do Evangelho da Igreja. Os
cristãos são os pioneiros discípulos e imitadores de Cristo, o Filho de Deus, o
Senhor Salvador, que nos revelou a Trindade na segunda estrofe.
Nosso poeta, juntamente com os
primeiros cristãos, primeiramente cita o Jesus Cristo do Evangelho: o
histórico, Jesus Cristo do Novo Testamento (primeira estrofe). Em seguida, ele
cita a Santíssima Divina Trindade: o Pai, o Filho de Deus, e o Espírito Santo
(segunda estrofe). No final do hino, ele declara o Filho de Deus, o Doador da
Vida e o Salvador (terceira estrofe), que é o mesmo Jesus Cristo tanto na
primeira estrofe como o mesmo Filho na segunda estrofe. A ordem das estrofes é
uma ordem soteriológica derivada da experiência da graça-consumada, e não
teórica, ou igualmente uma ordem teológica. A experiência da salvação através da graça e o sabor da nova vida – em comunhão com
Cristo – é a chave para a ordem e para a aproximação do autor para nosso hino,
"Ó Luz Jubilosa".
A segunda estrofe (que certamente
eruditos da poesia dos primeiros cristão consideram ser um refrão cantado pelo
povo, ainda que o cantor cantasse a primeira e a terceira; isso é justamente
uma preensão sem qualquer evidência legítima)[7]
demonstra como nosso poeta compreendeu Jesus Cristo dentro do contexto Triádico, porque o Cristológico (i.e., a Fé e ciência de Cristo) dos início da Igreja,
bem como de todo o mundo ortodoxo contemporâneo, sempre tem sido compreendido
somente como parte da completa e correta (ortodoxa) Triadológia (i.e., a Fé e ciência da Santíssima Trindade), e isso
não se separa, já que Cristo como o Filho de Deus nunca se separou de Deus o
Pai e do Espírito Santo, nem mesmo
quando encarnou. Isso é porque o nosso poeta conecta a eterna Luz Divina com Cristo na primeira
estrofe, e porque ele mais tarde conecta essa mesma Luz com a Santíssima Trindade na segunda estrofe: “Tendo observado
a luz vespertina, nós louvamos o Pai, o
Filho e o Espírito Santo”.
Nós também podemos dizer que os
primeiros poetas cristãos tomaram essa luz vespertina do pôr-do-sol como um
motivo para glorificar a Santíssima Trindade. Esses primeiros cristãos, e os
Santos Padres da Igreja (e.g., São Gregório, o Teólogo) imitando seu exemplo,
consideraram o sol como o ícone criado do Deus Triuno, a esfera solar significando Deus o Pai, a luz do sol significando o Filho de Deus, e o calor do sol significando o Espírito Santo. Nós também podemos
concluir que, no pôr da luz vespertina, nosso poeta percebeu a anunciação do
amanhecer do dia seguinte, e ele antecipa a revelação total e a manifestação de
Deus como a eterna Luz Triuna de uma perspectiva escatológica (cf. I Tim.
6:14; João 1:5-7).
Dessa maneira, os primeiros cristãos
consideravam toda a natureza física como um guia, desviando como nós temos da
luz natural, da luz do sol criada como a mistagógia
natural, em direção a glorificação de Deus o Criado, que, para cristãos, é o
Deus Triuno, e não apenas um Deus-Criador (como, por exemplo, no abstrato,
estéril monoteísmo do Islam). Para a Bíblia, Novo Testamento, cristãos
ortodoxos, o Deus Vivo e Verdadeiro é mais que apenas o Criador de toda a
criação. Ele é o Deus Triuno, o Deus que é uma eterna Comunhão de Pessoas (koinwnίa
prosώpwn).
Portanto, como Ele criou o mundo Ele convida-nos todos em comunhão pessoal como
Ele mesmo: uma comunhão com o amor de Deus Pai, com a graça do Filho, com o
Espírito Santo (cf. II Cor.13:14).
Isso tem sido presentemente notado
na primeira estrofe, onde, na luz serena do anoitecer, o poeta percebe Cristo,
que anuncia a eterna luz da Divina Glória do Pai. O eterno relacionamento entre
o Filho e o Pai – que é o relacionamento de duas Hipóstases da Santíssima
Trindade – é assim glorificado. O poeta então para finalizar seu hino de ação-de-graças
(eὐcaristίrioς eὐcaristίa) a Santíssima Trindade chamando também “Deus o Espírito Santo”. De acordo com
Santo Atanásio e com os Santos Padres Capadócios, O Espírito Santo completa a
perfeição da Santíssima Trindade, para apenas “no Espírito Santo há perfeição”.[8]
Na terceira estrofe de nosso hino –
um hino que, como nós mencionamos acima, tomava como seu ponto de partida a luz
suave do pôr-do-sol na hora do anoitecer em sua glorificação de Cristo e,
através Dele, da Santíssima Trindade – o poeta agora amplia sua hinódia e
doxologia de Cristo para incluir a “em todo tempo, sejas louvado”, dizendo a
Cristo: “É justo que em todo tempo, sejas louvado por vozes puras”.
O poeta, juntamente com os primeiros
cristãos, iniciou oferecendo hinos a Deus no anoitecer (o mundo foi criado no
anoitecer: “Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia” – Gen. 1:5). Contudo,
uma vez que Cristo e a Santíssima Trindade são para os cristãos o Criador de
todo os tempos e de cada hora, como Ele é de toda criatura e do mundo inteiro,
então é bastante natural para os cristãos enfatizar que se encontram para servir,
glorificar, e entoar hinos a Deus no hino vespertino também, como em todas as
horas do dia e da noite, todos os dias em todo o tempo – “agora e sempre e
pelos séculos dos séculos”, como estamos acostumados a dizer em toda
ação-de-graça e glorificação do Deus Vivo e Verdadeiro na Igreja Ortodoxa. A vida
inteira de um verdadeiro e piedoso cristão é uma vitalícia e incessante
glorificação e hinódia a Deus, O Amante da humanidade.
Na terceira estrofe, o poeta
adiciona um indispensável elemento ético e moral, que é pré-requisito para
nossa total participação em nosso habitual ofício e glorificação de Deus. É
necessário para glorificar Cristo e a Santíssima Trindade dignamente, com “santas”
ou “veneráveis vozes” (fwnaῖς
ὁsίaiς).[9]
Desse modo que nós deveríamos
glorificar Cristo o Salvador e a Santíssima Trindade com um coração puro e uma alma venerável (santa,
agradável-a-Deus), é assim que um coração e uma alma na pura, dedicada e bem-aventurada
voz preparada para glorificação e ação-de-graça consegui emergir. O Salmo diz a
mesma coisa: “Tocai para Iahweh, fiéis seus, celebrai sua memória sagrada” (29:4).
Os Provérbios (22:11) também confirmam isso: “Quem ama a pureza do coração (ὁsίaς)
e é grácil no falar terá por amigo o Rei”. Novamente na Sabedoria de Salomão
(6:11), é dito: “santos serão os que santamente observam as
coisas santas...” (oί fulάxavteς ὁsίwς tά ὅsia , ὁsiwqήsovtai - aqueles
que em toda santidade guardam aquilo que é santo, serão eles mesmos santos,
i.e., agradável-a-Deus).
Esse mundo aponta para a plenitude
de nossa posição cristã diante de Deus e para Deus. Essa posição é uma posição
teológica, religioso-cristã, e também ético-moral. Em acréscimo, essa é uma
posição de virtude, digna do Deus a Quem nós glorificamos, e digna de nós, como
aqueles que glorificam e entoam hinos a Deus. Portanto, depois da cosmologia,
cristologia, triadologia, essa terceira estrofe evidencia o aspecto ético de
nossa fé cristã, de nosso ente e existência cristã, e de nossa vida e de nossa
atitude cristã de glorificação. No outro mundo, cristãos não podem apenas
manifestar fé em Cristo e na Santíssima Trindade divorciado de uma
verdadeiramente dedicada e bem-aventurada vida santa: uma vida santa como é
apropriado para um cristão diante de nosso Santo Deus. Pelo nosso poema também
afirmamos que o Espírito de Deus, o Espírito Santo, não faz morada em almas
impuras, com está escrito nas Sagradas Escrituras (cf. Sabedoria 1:4-5). Isso
porque Deus chama-nos para a salvação e para a santidade, que na cristandade é
uma e mesma coisa (cf. I Pedro 1:15-16).
Assim, nosso hino “Ó Luz Jubilosa”
contem e expressa a integridade, completude universal, e a sabedoria da fé e da
vida cristã (de acordo com a regra da antiga cristandade: lex orandi – lex credenti – lex vivendi = regra da oração – regra
da fé – regra da vida). A verdadeira vida cristã vem da verdadeira fé em
Cristo, e essa fé vem da revelação do Deus Pessoal Triuno e dos trabalhos do
Salvador Jesus Cristo, o Filho de Deus e Filho do Homem, através do poder do
Espírito Santo.
Exatamente por causa disso que nosso
poeta continua o hino, anunciando sobre o Nome: “Filho de Deus, Doador da vida!”
essa expressão requer explicações mais a diante. Nós observamos na primeira
estrofe que o poeta se dirige a esse precioso Nome: Jesus Cristo! O Nome de
Cristo relata primeiro toda a divina economia da salvação (qeίa oἰkovomίa); contudo
no conteúdo da primeira estrofe, “Ó Luz
Jubilosa da Santa Glória do Pai, Celeste, Imortal, Santo e Bem-aventurado
Senhor Jesus Cristo”, os divinos atributos de Cristo, juntos com Sua
natureza divina, são postos em evidência. Essa majestade de Cristo é expressa
pelo poeta na segunda estrofe com o Nome Filho
(“cantamos ao Pai, cantamos ao Filho e ao Espírito Santo de Deus.”), e é
expresso em plenitude com o Nome teológico para Cristo “Filho de Deus”, na
terceira estrofe.
Seguindo esse divino Nome de Cristo
– Filho de Deus – nosso poeta do
início do cristianismo agora adiciona uma chave econômica e soteriológica essencial de Cristo: “Doador da Vida”. Essa referência não é
apenas para a vida biológica, que Cristo como o Filho de Deus e como Co-Criador
com o Pai e o Espírito nos deu, mas principalmente para a nova vida em Cristo, uma regenerada, renovada e nova vida da graça
da nova criatura em Cristo (kainὴ ktίς – II Cor. 5:17; Gal. 6:15; cf. Rom. 6:4).
Certamente, prazer da vida – nomeadamente, vida física e biológica – dada por
Cristo o Criador é incluída dentro da experiência dessa nova e salvífica, eterna vida em Cristo, o Deus-homem e Salvador.
Esse é um fato que nós confirmamos no começo, quando nós afirmamos que o poeta
do hino “Ó Luz Jubilosa” origina-se principalmente da experiência diária de uma
vida nova e da salvação em
Cristo. O poeta procede da soteriologia, e nisso ele observa o mundo, a natureza, nossa
existência humana, a luz natural do pôr-do-sol, etc., com essa nova luz (“novos olhos”, de acordo com a hesicástica
ortodoxa).
Nosso poeta deliberadamente permuta
o nome de Cristo – nomes econômico (i.e. soteriológico), cosmológico e
teológico – como feito em muitos textos pelos Apóstolos no Novo Testamento,
pelos Santos Padres dos primeiros séculos da cristandade, e também pelos santos
escritores de hinos dos primeiros e posteriores séculos da Igreja Ortodoxa.
Dessa maneira, nosso poeta – um raro, profundo e perspicaz teólogo ortodoxo – leva
o testemunho para a o Igreja Oriental entendimento das verdades cristológicas e
soteriológicas essenciais de nossa fé: que ali existe uma reciprocidade de
atributos (ἀntίdosiς ἰdiwmάtwn) das naturezas divina e humana
de Jesus Cristo, o Filho de Deus e o Filho do Homem, o Deus-homem e Salvador.
O hino do início do cristianismo “Ó
Luz Jubilosa” uni-se, hinos e glorificações dos todos os atributos de Cristo: a
Luz – o Logos, a Sabedoria e a Glória
de Deus; Jesus Cristo – o Messias e
Salvador; Filho de Deus – uma
Hipóstase da Santíssima Trindade. Nós repetimos, contudo, que o poeta experiencia,
expressa e entoa hinos deste modo por um processo puramente cristão,
experiência soteriológica da salvação
e da nova vida em Cristo, como seu
Senhor, Salvador, Doador da Vida, Criador e Doador da Luz. Vida humana e
criação original de Deus, nossa experiência sobre essa terra e na história, tem
seu total, significado imortal e seu conteúdo eterno apenas na luz de nossa
redenção e regeneração, ma renovação de nossa natureza e existência humana
através da graça, em nossa nova vida em Cristo. Isso porque o
poeta adiciona, “Todo universo Te glorifica!”. Ele volta para Cristo, o Filho
de Deus, como seu Criador e como o Doador da luz e da vida nessa existência
física, e mais exatamente nessa
graça-consumada, regenerada, renovada, divina e sobrenatural vida e existência.
Essa vida é Vida uma santa, radiante, bem-aventurada e imortal e corresponde a
essas características que os cristãos recebem de Cristo, que Ele eternamente
possui do Divino Pai. Esse é nosso recente começo e vida no Espírito Santo, no
Santo e Gerador da Luz, Doador da Luz, Trino, no Reino do Pai, Filho e Espírito
Santo – Deus.[10]
O belíssimo hino “Ó Luz Jubilosa”,
cantado como a primeira ação-de-graças vespertina para Cristo, é realmente um
perfeito hino litúrgico, que contem a semente de todos os elementos básicos do
único, novo, cristianismo e de uma visão do mundo e do homem, do tempo e da
vida. Nós estamos seguros que este autor, que era muito provavelmente um dos
proto-mártires que sofreram por Cristo o Senhor, não faz premeditação de seu
conteúdo, porém antes canta esse hino
espontaneamente, utilizando com toda inspiração elementos cosmológicos,
soteriológicos e teológicos a cerca do que nós temos escrito. Ele simplesmente
“entrega seu coração” louva e glorifica o Deus Vivo no modo em que ele,
juntamente com a sua Igreja, experenciou
e conheceu-O. As palavras dos Santos
Apóstolos são especialmente apropriadas aqui: “pois que a profecia jamais veio
por vontade humana, mas os homens impelidos pelo Espírito Santo falaram da
parte de Deus.” (II Pedro 1:21).
Esse curto, porém um todo-cingido
canto a cerca da Luz Jubilosa é um poema cheio de luz – exaltada e glorificada
luz – que começa com glorificação do Pai Celeste através de Cristo no Espírito
Santo, e termina com a mesma glorificação de Deus o Pai no Doador da Vida o
Filho e o Mantenedor da Vida o Espírito Santo, cingindo o mundo todo e tudo que
é dado por Deus – incluindo, mais particularmente, a luz.
No centro de nosso hino estão o homem e a raça humana, desde que Cristo
veio ao mundo, por nós homens e para
nossa salvação, revelando o Pai Doador da Luz e dando-nos o Espírito Santo
(e Luz); e através de Sua encarnação Ele se tornou nossa Vida e Luz – Indivisível
e Inefável.
Nele e com Ele “a vossa vida está
com Cristo em Deus” (Col. 3:3); e com Ele e Nele nos tornamos “filhos da luz”
(I Ts 5:5).
Pois, Fῶς Cristoῦ faίvei pᾶsi!
- a Luz de Cristo ilumina tudo!
[1]
Esse artigo é uma versão expandida de uma homilia dada no ofício de Vésperas
seguido da festa do Santos Apóstolos Pedro e Paulo (29 de Junho de 1988) numa
antiga igreja cristã semi-arruinada que tinha sido entalha da numa rocha
vulcânica na Capadócia (Ásia Menor) situada num desfiladeiro chamado Balcânico
(ou Vulcânico) junto da cidade Ortahisar no dias atuais na Turquia. Essa
homilia foi dada para estudante gregos e sérvios durante sua peregrinação
conjunta aos locais de martírio dos primeiros cristãos na Capadócia grega
ortodoxa, Pontus, e nas sete Igrejas Joaninas do Apocalipse. O martírio por
Cristo nessas áreas não tinha cessado até esses dias. Primeiramente publicado
em grego (num livro de mesmo titulo: Fώz Ἱlarόn [Ó Luz Jubilosa], Atenas, 1991) e agora em
sérvio, esse artigo baseado na homilia é dedicado aos nossos irmãos gregos –
nossos companheiros de jornada através do reino desse mundo em direção Celeste Reino
de Cristo da Verdade, da Justiça, da Luz, e da Liberdade – mais o melhor de
tudo para nossos irmãos em Cristo, Emanuel Saris, nosso inspirado guia na
Capadócia, Pontus, e nas igrejas Joaninas, e presente nosso benfeitor e
co-lutador em Zahumlje e Hercegovina.
[2] É
certo que os hebreus do Antigo Testamento, os gregos, os romanos e outras
nações do Leste tinham uma tradição religiosa de orar e cantar ações de graça
para Deus pela luz do anoitecer e do amanhecer, que é dada por Deus. Santo
Hipólito de Roma (Tradição Apostólica 25),
São Clemente de Alexandria (Protrepticus 11:
Regozije-se, Ó Luz...), São João Crisóstomo e outros ilustram como os hebreus
cantavam ao anoitecer canções de ação de graça. Essa tradição do Antigo
Testamento, juntamente com o Novo Testamento e o princípio da tradição cristã e
da pratica litúrgica, tem sua origem na divina revelação da Bíblia e ela
continua na vida da Igreja Ortodoxa e dos povos ortodoxos, especialmente na
época da heychasm. Ela continua nesses dias, pois todo dia o hino “Ó Luz
Jubilosa” é cantado nos ofícios Vésperas na Igreja Ortodoxa. Uma oração
semelhante foi estabelecida na história da Igreja de São Nicolas em Lelic
próximo a Valjevo por um velho soldado do front de Tessalônica, Dragica
Radosavljevich (ver o jornal Vidoslov,
vol.2 [1994], pp. 54-56).
[3] Apesar de tudo, um dos escritores do inicio
do cristianismo da ortodoxia oriental disse: “Segundo os primeiros cristãos, a
Sabedoria de Deus é chamada Natureza e Providência de Deus” (St. Methodius of
Olympus, On the Ressurection 2.9).
[4]
Alguns etnologistas e marxistas – com educação ocidental “especialistas da
religião” que não conhecem as reais tradições ou a vida nacional da Igreja do
povo ortodoxo – atualmente falam a cerca desse e outro semelhante “resquício
pagão.” Eles afirmam, por exemplo, que o Natal foi estabelecido (25 de
Dezembro) como uma “festa do culto do sol”, igualmente, contudo o Natal é
realmente um celebração cristã nacional da Igreja de Cristo Deus como o
verdadeiro “Sol da Verdade” - o “Nascente do Altíssimo”, como nós cantamos no
Tropário de Natal. Se eles eram únicos modestamente instruídos a cerca dos
ofícios divinos da Igreja ortodoxa, os nossos parcialmente educados não
poderiam falar em tal caminho ignorante.
[5]
Essa aproximação cristológica () que os primeiro cristãos tinham do mundo, e
que atualmente cristãos ortodoxos tem do muno, tem conseqüências que levam ao
interior de tudo a outras áreas da vida e do comportamento dos indivíduos e do
povo ortodoxo cristão, visto que como isto tem permanecido fiel para a tradição
viva e na experiência da Igreja Ortodoxa. Por exemplo, na ortodoxia igualmente
hoje, juntamente com o início da fé cristã existe uma vívida, ascetismo litúrgico
(Eucarístico e hesicástico), prática ecológica, que é uma atitude correta e
salvífica em direção ao ambiente humano por causa de ambos, homem e natureza. Isso porque, na ortodoxia,
ecologia (oίkologίa) é conectada fundamentalmente a Economia
divina (Qeίa Oίkonomίa) da salvação do homem e do mundo.
[6] O recente Bizantologista Russo e Sérvio
Georgi Ostrogorsky não era o único a indicar (em seu primeiro trabalho em 1931:
“Svetogorski isihasti i njihovi protivnici” [Hesicástica da Montanha Santa e
seus oponentes]) que o hesicasmo já era profundamente enraizado no inicio da
cristandade do oriente. São Gregório Pálamas, um grande teólogo e líder da hesicáste
no IV séc., também demonstrava claramente que a hesicásmo ortodoxo originou-se
da Bíblia e da fé e da experiência dos primeiros cristãos da Igreja, quer
dizer, da revelação divina mesma.
[8] Santo Atanásio o Grande, Letters of Serapion; São Basílio o Grande, On the Holy Spirit.
[9] No escrito contemporâneo Greek Horologion (Wrwlόgion), é
escrito fwnaῖς
alsίaiς (vozes alegres); contudo, nos manuscritos dos
anciãos gregos desde que o eslavão os tem traduzido, é escrito: fwnaῖς ὁsίaiς
(veneráveis, santas vozes).
Prof. P. Chrestou confirma isso em sua Patrologίa, vol.2, p.82.
[10] Na expressão da segunda estrofe: “Deus Pai, Filho e Espírito Santo” (qeόn), a
palavra Deus refere-se principalmente ao Espírito Santo, como São Basílio o
Grande (On the Holy Spirit, capítulo
29) demonstra claramente. Por isso uma vírgula não deveria preceder a palavra
Deus (como se encontra erroneamente gravado em nossa Slavonic
Horologion ). Poeticamente, contudo, uma permissão também
compreende que a palavra Deus revela o supramencionado Pai e Filho junto com o
Espírito Santo, nomeadamente, a completa Santíssima Trindade.
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