quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Santo e Venerável Onofre, o Grande

Santo e Venerável Onofre, o Grande


Certa feita, São Pafnutius, que escreveu sobre as vidas de vários ascetas do deserto tebaida, no Egito, adentrou o ermo para ver se existia algum monge que trabalhava para o Senhor mais do que ele. Após quatro dias, chegou a uma caverna e encontrou o corpo de um Ancião morto há vários anos. Tendo enterrado o eremita, São Pafnutius entrou ainda mais fundo no deserto, e depois de mais alguns dias, encontrou uma outra caverna que percebeu estar inabitada. Ao cair da noite, viu um bando de búfalos, e caminhando no meio deles um homem nu coberto apenas por seus próprios cabelos. Tratava-se do Abba Timóteo, o habitante do deserto. Ao ver outro homem, Abba Timóteo pensou que se encontrava diante de uma aparição e começou a orar. Depois de ser convencido por São Pafnutius que ele era real e também cristão, Timóteo lhe ofereceu comida e água. Contou-lhe que morava há trinta anos no deserto, e que desde então era a primeira vez que se encontrava de novo com um ser humano. Relatou que quando jovem adentrou a vida cenobítica, mas logo deixou o mosteiro e foi viver próximo a uma cidade, se sustentando com seu trabalho manual. Mas certa feita foi tentado por uma mulher que desejava entrar em intercurso sexual; fugindo dela, rumou para o deserto, onde enfrentou pacientemente diversas tribulações e doenças. Quando estava a ponto de morrer de fome, foi curado de maneira miraculosa. Desde esse tempo viveu em paz e em solidão. São Pafnutius pediu ao Ancião para permanecer junto dele no deserto, mas foi avisado de que não estava apto para suportar as tentações demoníacas enfrentadas pelos habitantes do ermo. Supriu-lhe então de mantimentos e abençoou-o para que seguisse seu caminho.

Depois de descansar em um mosteiro do deserto, São Pafnutius empreendeu uma segunda jornada esperando encontrar um santo asceta que fosse proveitoso para sua alma. Depois de caminhar por dezessete dias, ficou sem pão e água e caiu desfalecido no chão. Mas um anjo o fortaleceu para que continuasse em sua viagem. Chegando a um lugar montanhoso, o santo percebeu que um homem caminha em sua direção. Ele estava coberto da cabeça aos pés apenas com longos e brancos cabelos. A visão deste Ancião amedrontou Pafnutius, que corre para o topo da montanha. Após se sentar ao pé do monte, o Ancião pediu-lhe que descesse. Foi assim que Pafnutius conheceu o Abba Onofre.

Santo Onofre viveu em completo isolamento nas profundezas do deserto por sessenta anos. Em sua juventude, havia vivido no mosteiro de Eratus, próximo à cidade de Hermópolis. Tendo aprendido nas leituras dos Santos Padres sobre as durezas das vidas dos habitantes dos ermos, a quem o Senhor enviava Seus anjos como auxílio, resolveu imitá-los. Deixou secretamente o mosteiro e, enquanto caminhava, via um raio de luz diante de si, e ouviu a voz de seu anjo da guarda. Encontrou um ancião em uma caverna, com quem aprendeu a lutar contra as tentações demoníacas. Quando o ancião se convenceu de que Onofre estava iluminado, deixou-o partir e se estabelecer em uma outra caverna, à qual visitou uma vez por ano até adormecer no Senhor. A pedidos de São Pafnutius, Onofre lhe contou sobre suas lutas ascéticas. Passaram a noite juntos, em oração, e ao amanhecer Pafnutius se assustou ao perceber que o rosto de Onofre havia se transformado. Santo Onofre disse-lhe, então, que o Senhor havia lhe revelado que partiria ainda naquele dia, e que Pafnutius havia sido enviado para lhe preparar a sepultura. Embora São Pafnutius quisesse continuar na caverna após o falecimento de Onofre, este lhe havia contado que esta não era a Vontade do Senhor, mas sim que retornasse ao seu mosteiro e relatasse a todos sobre a vida dos habitantes do deserto. Depois de abençoar Pafnutius, Santo Onofre deitou, fechou os olhos e entregou o espírito a Deus. Após enterrar o

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